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Babaganoush

Babaganoush, um clássico da cozinha árabe

Babaganoush, um clássico da cozinha árabe

Mais um prato da culinária árabe! O babaganoush é versátil, pode ser servido como entrada, com pão árabe ou torradinhas. Pode também ser servido como acompanhamentos de carnes. É saudável, relativamente fácil de fazer e você sai da mesmice das pastinhas tradicionais. Eu a preparei no mês passado, num almoço árabe que organizei (veja detalhes desse evento). Mas vamos à receita!!

Tahine que utilizo normalmente

Tahine que utilizo normalmente

Ingredientes:

2 berinjelas médias

2 dentes de alho

suco de 1/2 limão

2 colheres (sopa) de tahine (pasta de gergelim)

1 colher (sopa) de maionese

1 colher (sopa) de azeite

1 colher (sopa) de salsinha picada

pimenta do reino e sal a gosto

Modo de preparo:

Para obter o típico sabor de defumado nessa pastinha (tradicionalmente a berinjela é assada na brasa), lave as berinjelas, retire o talo e enfie um garfo (só para ajudar a girar, mas é opcional). Asse toda sua casca diretamente na chama (baixa) do fogão, girando a berinjela à medida que for tostando a casca (tome cuidado para não queimar).

Berinjela vai à chama do fogão e depois para o forno

Berinjela vai à chama do fogão e depois para o forno

Depois coloque-as em uma assadeira, cubra com papel alumínio e deixe no forno médio (180°), previamente aquecido, por mais uns 20 min, ou até que esteja bem macia por dentro. Corte ao meio as berinjelas e com uma colher retire sua polpa.

Retire a polpa da berinjela, depois de assada

Retire a polpa da berinjela, depois de assada

Junte essa polpa e todos os outros ingredientes em um processador (pode ser liquidificador, mas use o pulsar, para não ficar tão cremosa). Bata ligeiramente (as sementes das berinjelas devem ficar íntegras).

Num processador, junte todos os ingredientes

Num processador, junte todos os ingredientes

Coloque a pastinha num recipiente, jogue um fio de azeite e um ramo de salsinha para enfeitar. Sirva em temperatura ambiente, com o pão árabe ou torradas.

Babaganoush deve ser servido com torradas ou pão árabe

Babaganoush deve ser servido com torradas ou pão árabe

Se você curte cozinha árabe, veja também:

Homus Tahine (pasta de grão de bico)

Falafel (bolinhos fritos de fava)

Charutos de folha de uva (folha de uva recheada com arroz e carne moída)

Chich barak ou “Orelha de Gato”(espécie de capeletti de carne com molho de tahine)

Receita de falafel

O falafel não tem origem muito certa, mas nasceu em algum lugar do Oriente Médio. Embora eu tenha raízes Palestinas, não lembro de ter experimentado um falafel feito por minha avó, que adorava fazer diversas outras guloseimas árabes, tais como kibe, babaganoush, homus tahine, charuto e chich barak. Quase todas essas receitas já postadas aqui. Se você quiser testar algumas delas, veja como fazer clicando na receita desejada:

Homus Tahine (pasta de grão-de-bico), Chich Barak (“orelha de gato”), Babaganoush e Charuto (rolinhos de folha de uva recheados)

O falafel é um bolinho salgado, frito, bem condimentado e que tem diversas variações. Pode ser feito com grão de bico, com fava, ou com uma mistura dos dois ingredientes. Na receita que vou postar aqui, e que foi a que preparei no evento que eu e meu amigo Chef Dudu organizamos mês passado, fiz apenas com favas brancas, compradas na CADEG. Tem pra vender também nas Casas Pedro, aqui no Rio.

falafel

Ele é muito apreciado pelo público vegetariano, e conhecido como “o hambúrguer vegetariano”. É comumente servido no pão árabe, em forma de sanduíche, em diversos lugares mundo afora. Tem um famoso em Paris, o L’As du Fallafel, que não tive oportunidade ainda de conhecer…

Enfim, segue a receita de um ótimo tira-gosto, que certamente vai fazer sucesso entre seus convidados!

Falafel

Ingredientes:

500g de fava branca

1 cebola grande picada

3 dentes de alho

suco de 1/2 limão

1/2 maço de salsinha

1/2 maço de coentro

1 colher sopa de gergelim

1 colher chá de cominho moído

3 colheres de sopa de farinha de rosca

pimenta-do-reino moída na hora

sal a gosto

falafel

Retire as cascas das favas, esfregando-as, uma por uma, com as pontas dos dedos

Modo de preparo:

Deixe as favas numa tigela com bastante água de um dia para o outro (12 horas). No dia seguinte, retire todas as cascas das favas, esfregando-as (uma por uma) com as pontas dos dedos, pois elas ficam praticamente soltas dos caroços. Deixe as favas secarem bem.

Num processador junte todos os ingredientes e bata bem, até que fique bem triturado. Não vai virar uma pasta cremosa, ela fica com uma consistência granulada. Forme bolinhas com as mãos, delicadamente, e depois achate um pouco. Frite aos poucos em óleo bem quente, escorra em papel toalha e sirva com o molho taratur.

Molho Taratur

Ingredientes:

3 colheres sopa de tahine (pasta de gergelim)

suco de 1 limão

1 copinho de iogurte natural

2 colheres sopa de salsinha picada

sal a gosto e água filtrada até dar a consistência desejada (fica cremoso, mas não muito grosso)

Modo de preparo:

Misturar bem todos os ingredientes. Servir em temperatura ambiente, acompanhando o falafel (este deve ser frito na hora de servir!).

Falafel frito com molho taratur

Falafel frito servido com o molho taratur

Almoço árabe preparado pela “Deux Amis”

"Deux Amis", eu e Dudu

“Deux Amis”, eu e Dudu

Este final de semana foi um marco para a “Deux Amis” (Dois Amigos, em francês, uma sociedade que abri com o Chef Dudu, meu amigo e parceiríssimo na cozinha). Organizamos nosso primeiro almoço a quatro mãos, um banquete árabe, para uma família de origem libanesa, num apartamento no Jardim Botânico, em comemoração ao aniversário de casamento do casal anfitrião.

Começamos alguns dias antes, com a definição do cardápio, divisão de responsabilidades e as compras dos ingredientes. Na sexta-feira última, precisei tirar um dia de folga no trabalho e me dediquei exclusivamente a adiantar alguns preparos do almoço. No sábado, eu e Dudu nos encontramos no apto da família e fizemos a finalização de todos os pratos. Foi um sucesso!!

Este foi um cardápio temático, baseado em meus conhecimentos específicos de culinária árabe adquiridos com a minha vó palestina, repassados por minha mãe. Fazer isto me dá um enorme prazer. Muito bom você poder reproduzir e divulgar aqueles pratos com os quais você mais se identifica. Em falar em cardápio temático, todos os anos, em julho, eu faço um jantar temático para o aniversário de minha irmã em Brasília, lembram?! Já publiquei aqui o Jantar Mexicano e a Noite Espanhola.

Eu e Dudu temos uma amizade e uma parceria que vem desde 2006. Temos um site com alguns itens que produzimos por encomenda. Estamos desenvolvendo a ideia de promovermos jantares em nossa própria casa, como alternativa para os amigos e conhecidos que gostam de frequentar restaurantes, mas que estão sofrendo com os altos preços praticados aqui no Rio. Visitem o nosso site, www.deuxamisgourmet.com.br! Para falar direto comigo, clique aqui!

Mas deixem-me apresentá-los ao cardápio árabe que servimos no sábado (os pratos em negrito são os que já publiquei receita aqui no blog, para conferir, basta clicar)…

Entradas:

Pasta de grão de bico (homus tahine) com torradas de pão pita e zatar

Babaganoush (pasta de berinjela)

Kibe cru de carne de cordeiro

Falafel (bolinho frito de fava) com molho taratur (tahine e iogurte)

Entradas árabes preparadas pela "Deux Amis"

Entradas árabes preparadas pela “Deux Amis”

Pratos Principais:

Tabule

Kibe de forno (ou kibe de bandeja)

Kafta de cordeiro

Mjadra (arroz com lentilhas)

Charutos de folha de uva com molho tzatzik (iogurte, alho e hortelã)

Chich Barak (“orelha de gato”, massa recheada de carne com molho de tahine e costela de boi)

Mesa de pratos principais preparados por mim e Dudu

Mesa de pratos principais preparados por mim e Dudu

As sobremesas ficaram por conta da casa, não fomos nós que preparamos.

As receitas do kibe de forno e do kibe cru, vocês encontram no blog Cozinha do Dudu!

Vou aproveitar o tema e ensinar a vocês hoje a fazer o falafel, um bolinho de sabor peculiar, que faço com favas brancas, mas pode ser feito com grão-de-bico também (ou os dois misturados). Sua origem é incerta, pois é consumido em todo o Oriente Médio. A comunidade vegetariana se amarra nessa receita. Ele é conhecido com o “hamburger vegetariano”. É muito consumido também com o pão pita (pão árabe) juntamente com salada e molho, na forma de sanduíche, mas eu como puro, apenas com o molho “taratur”. E a cerveja gelada acompanhando, hehehe.

Falafel

falafel

Falafel, feito com favas ou grão-de-bico

Ingredientes:

500g de fava branca, 1 cebola grande picada, 3 dentes de alho, suco de 1/2 limão, 1/2 maço de salsinha, 1/2 maço de coentro, 1 colher sopa de gergelim, 1 colher chá de cominho moído, pimenta-do-reino moída na hora a gosto, sal, 3 colheres de sopa de farinha de rosca.

Modo de preparo:

Deixe as favas numa tigela com bastante água de um dia para o outro (12 horas). No dia seguinte, retire todas as pelas das favas, elas ficam praticamente soltas dos caroços. Deixe as favas secarem bem. Num processador junte todos os ingredientes e bata bem, até que fique bem triturado. Não vai virar uma pasta cremosa, ela fica com uma consistência granulada. Frite em óleo bem quente, escorra em papel toalha e sirva com o molho.

Falafel frito com molho taratur

Falafel frito com molho taratur

Molho Taratur

Ingredientes: 3 colheres sopa de tahine (pasta de gergelim), suco de 1 limão, 1 copinho de iogurte natural, 2 colheres sopa de salsinha picada, sal a gosto e água filtrada até dar a consistência desejada (não é para ficar muito grosso). Servir em temperatura ambiente, acompanhando o falafel.

 

No próximo post, umas dicas de Gramado-RS, onde estive no feriadão de 7 de setembro. Aguardem!

 

 

Orelha de Gato

Chich Barak, ou "orelha de gato"

Chich Barak, ou “orelha de gato”

Em diversos posts anteriores comentei sobre um prato árabe que aprendi com minha mãe (que aprendeu com minha avó paterna, proveniente da Palestina), chamado Chich-Barak, mas que foi apelidado pela família de “Orelha de Gato”, (por causa do formato da massa, não sei porque cargas d’água, alguém achou parecido com orelhinhas de gato…).

Este prato tem um significado muito forte na minha família, porque era a “estrela” nas comemorações mais importantes. Sempre foi, na minha infância (e até hoje!), o meu prato predileto. Não só por seu sabor único, como por seu significado de “agregador” da família. Minha mãe nos pedia para estarmos cedo em torno da mesa para ajudarmos a preparar as “orelhas”, que nada mais é que massa recheada com carne moída. Mas como sempre era um evento importante, e minha família é numerosa, a quantidade de massa ficava na casa dos 2, 3, 4 e até 5kg! E antigamente, até os meus 20 e poucos anos, fazíamos manualmente, cada orelhinha, sem ajuda ao menos de um rolo para esticar a massa. Depois que tive meu restaurante italiano, nos idos de 1996, em que eu fabricava a própria massa, tive a feliz idéia de usar o rolo cilíndrico de abrir massas (e um cortador circular para raviólis) no preparo das orelhas de gato, o que facilitou muito. Ainda assim, é preciso que todos colaborem, pois senão acaba-se a nossa famosa tradição, que diz: “se não fizer, não come”!!!!

Nostalgias à parte, vamos ao que interessa. Não há receita escrita por ninguém da família, mas há nosso “olhômetro” na hora de preparar este prato. Por conta disso, nunca nenhum sai igual ao outro e aí ao experimentá-lo, também é tradição dizermos: “essa foi a melhor orelha que já fizemos”. Mas resolvi tentar passar aqui mais ou menos como se faz. Em 15/09/11 postei uma aula de cozinha árabe que tive na UNIRIO quando preparamos uma Chich-Barak com molho de coalhada (confira aqui). Mas aquela não é a que minha vó nos ensinou. Na “nossa” orelha de gato o molho é diferente, é feito com ‘tahine’, uma pasta de gergelim usada para preparar o homus tahine (pasta de grão de bico).

Orelha de Gato
Ingredientes do recheio: 1kg de carne moída de primeira, 1 cebola grande picada, sal e pimenta do reino a gosto (se quiser acrescente um pouco de hortelã picadinha).
Ingredientes da massa: 1kg de farinha de trigo, água e sal.
Ingredientes da sopa: 1,5kg de costela de boi em pedaços pequenos, 10 dentes de alho picado, 2 cebolas picadas, 1 pimentão pequeno picado, cheiro verde picado, sal e pimenta do reino a gosto, azeite, 4 ou 5 limões, 1 lata de tahine (500g).

Modo de preparo:

Primeiro é preciso fazer a massa. Pegue um recipiente fundo e grande, tipo uma bacia. Coloque a farinha de trigo no recipiente e vá acrescentando, aos poucos, água misturada com um pouco de sal, incorporando com as mãos. Até que fique numa consistência bem macia, desgrudando das mãos. Cubra a massa com um pano limpo e levemente umedecido e deixe descansar por pelo menos uma hora.

Faça a sopa. Coloque azeite numa panela grande e funda (caldeirão) e leve ao fogo alto. Inclua as cebolas e metade do alho, deixe dourar levemente. Acrescente as costelas temperadas com sal e pimenta do reino e deixe refogar bastante. Pode baixar o fogo. Coloque o pimentão e o cheiro verde, refogue mais um pouco, acrescente bastante água fria (eu diria uns 3 litros). Deixe cozinhando em fogo baixo até que a costela esteja macia. É necessário repor água de vez em quando, para não secar muito. Tem que ficar com bastante caldo.

Recheio de carne moída com cebola

Recheio de carne moída com cebola

Prepare o recheio das orelhas, colocando toda a carne moída em uma panela, com sal e pimenta do reino. Deixe em fogo baixo cozinhando até secar toda a água. Depois desligue o fogo e acrescente a cebola picada e a hortelã (opcional).

Agora vem a parte mais trabalhosa. Abra a massa com ajuda do cilindro, ou de um rolo, numa mesa limpa e polvilhada com farinha de trigo. Faça os círculos com um cortador circular ou com um aro, ou mesmo um copo. Recheie como capeletis, dando o formato de orelhas (primeiro dobra ao meio, como um pastel e depois une as pontinhas, veja as fotos abaixo). Vá colocando-as em cima de um pano polvilhado de farinha de trigo. Deixe-as secando até a hora de mergulhá-las na sopa.

Abrindo e recheando a massa do chich barak

Abrindo e recheando a massa do chich barak

Agora faça o creme de tahine no liquidificador, misturando o tahine com o suco dos limões, sal, um pouco de alho e água. Bata bem e incorpore à sopa. Ao levantar fervura, aumente o fogo e acrescente com cuidado todas as orelhas dentro do caldeirão.

Caldeirão já com o molho de tahine e as orelhas

Caldeirão já com o molho de tahine e as orelhas

Quando ferver novamente, baixe o fogo e deixe cozinhar. Por ser uma massa muito fresca, não demora muito (em torno de 20 min). Desligue o fogo e frite todo o alho restante com azeite numa frigideira. Acrescente à sopa, mexa delicadamente, acerte o sal, tampe a panela e deixe descansar por uns 10 min pelo menos. Sirva como prato único. Na mesa, deixe à disposição limão, azeite, pimenta, sal.

Dica: faça este prato em dias mais frios, ou num ambiente com ar condicionado, porque ele provoca um suadouro que vou dizer….

Outra dica: você pode servir um vinho mais encorpado com este prato, pois ele não é nada leve! Da última vez que fizemos, nós harmonizamos com o Gavanza, da Rioja (espanhol), uva Tempranillo, safra 2006.

Chich Barak, ou "orelha de gato"

Chich Barak, ou “orelha de gato”

Charuto de Folha de Uva

Aproveitando o feriado de Corpus Christi ontem no Rio e considerando que eu já havia prometido diversas vezes postar a receita de charuto de folha de uva aqui no blog, seguem as dicas para deleite dos fãs de comida árabe. Pra ser sincera, receita é uma coisa meio complicada neste caso, porque eu não utilizo uma. O que, aliás, torna este prato bem especial (este e todos os pratos árabes que aprendi a fazer em casa com minha mãe). Cada vez que eu resolvo prepará-lo, acrescento uma coisinha aqui, outra ali, tiro isto, ponho aquilo. Os chefs contemporâneos estão a todo momento fazendo “releituras” de clássicos do mundo inteiro. Embora seja meio clichê (fazer releituras) e existam pessoas que odeiam este tipo de experiência (preferindo o sabor autêntico dos pratos), eu confesso que como recém-formada em Gastronomia, gosto muito de trocar ou experimentar ingredientes nas receitas. Até porque tenho filhos adolescentes e de vez em quando, tipo tarde da noite, chega um: “mãe, prepara alguma coisa pra mim…” Aí não resisto vou até a geladeira analisar o que tenho, até que surge uma idéia mirabolante qualquer, rsrsrsrs. E não é que na maioria das vezes dá certo???!!! Claro que não vou servir para paladares exigentes, mas é aquilo: o que importa é deixar felizes os meus comensais!!!

Figura 1 (recheio do charuto)

Figura 1 (recheio do charuto)

Bom, vamos lá, a receita do charuto que eu fiz HOJE, foi mais ou menos esta:

Para o recheio: 1kg de carne moída (de primeira) ; 300 g de arroz; 1 cebola grande picada; 4 dentes de alho picados; sal, pimenta do reino e pimenta síria a gosto (Figura 1).

Para o caldo: 1kg de costela de boi cortada em pedaços; 1 cebola; 5 dentes de alho; cheiro verde picado; sal, pimenta do reino e pimenta síria a gosto.

Para os charutos: 100 unidades de folha de uva (isto depende muito do tamanho das folhas). Dá uns 200 ou 300 gr.

Aqui no Rio, nunca mais encontrei folhas frescas pra vender. Logo que eu cheguei, há 7 anos atrás, eu ainda encontrava folhas de uva frescas no Hortifruti de Botafogo, e às vezes nas Casas Pedro, vendidas a quilo, conservadas em salmoura. Agora só encontro em vidros, industrializadas (já vi pra vender também no Pão de Açúcar). Recentemente, consegui encomendar no Hortifruti (frescas) e aí fiz a festa, comprei logo um monte (quase todo o estoque) e congelei tudo. Sim! dá pra congelar. É só embrulhar em plástico filme, sem problemas. A que eu usei hoje, inclusive, foi comprada no Mercadão Municipal de São Paulo (post do dia 22/03), e que estava no meu freezer guardadinha. O sabor e a textura estavam perfeitos.

Enfim, eis o passo a passo: primeiro refogue bem as costelas com azeite e temperos (em panela funda). Quando estiverem bem douradas, acrescente água fria (uns dois litros), tampe e deixe cozinhar por bastante tempo. Não contei no relógio, mas pelo menos duas horas elas ficaram lá. Tive que acrescentar só mais um pouquinho de água, uma única vez. Enquanto isto, você coloca outra panela funda com água pra ferver e escalda rapidamente as folhas (de 20 em 20 mais ou menos), deixando-as na água fervente por uns 30 seg e retirando com uma escumadeira, colocando-as cuidadosamente em um escorredor grande. Terminou de escaldá-las, prepare o recheio, misturando todos os ingredientes com as mãos.

Aí você vai preparando charuto a charuto, lembrando sempre de cortar o talo da folha, com uma tesoura. O lado que vai o recheio é o lado “de dentro” da folha, ou seja, aquele com as “estrias”, e não o liso (Figura 2). Dobram-se as laterais (Figura 3), e vai-se enrolando até o final (Figura 4 e 5). Vá arrumando todos os charutos em uma assadeira (Figura 6).

Figura 2

Figura 3

Figura 4

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 5

Figura 6

Figura 6

Figura 7

Figura 7

Quando o caldo estiver pronto (as costelas estarão macias) apague o fogo (ajuste o sal). Numa outra panela funda (pode ser a mesma, neste caso, retire todo o caldo e costelas e coloque em outro recipiente), arrume as costelas no fundo (no canto) e os charutos (preenchendo todo o espaço livre), sempre com as pontas que estão fechando-os para baixo, para que não se abram ao cozinhar. Eles devem ficar coladinhos uns nos outros (Figura 7). Daí coloque o caldo com ajuda de uma concha, de forma que cubra todos os charutos. Ponha um prato de louça ou cerâmica que possa ir ao fogo por cima dos charutos, tampe a panela e deixe cozinhar em fogo médio por uns 30 min. Tome cuidado para que não seque toda a água. Sempre fica um pouco do caldo no fundo da panela após o cozimento dos charutos. Desligue o fogo e aguarde uns 15 min. Pode ser servido na própria panela (eu uso um pegador de macarrão para pegar os charutos).

Não esquecer o limão (é item absolutamente necessário!!!!), moedor de pimenta do reino, sal, azeite. E façam bom proveito! Pode ser acompanhado de um vinho tinto leve, cerveja, cuba libre, caipirosca, caipirinha, uísque, tudo combina!!!!! Pode ser servido como prato principal ou entrada. Não é versátil?!! Em falar em versátil, faço esta receita também com carne de carneiro moída (ou picada, o que é ainda melhor), às vezes acrescento hortelã, às vezes faço com folhas de repolho, ou sirvo com molho tzatziki (iogurte com pepino), enfim, vai ao gosto do freguês…

 

Ao servir os charutos, não esqueça o limão!

Ao servir os charutos, não esqueça o limão!

 

 

 

 

 

 

 

Por último, vou fazer um pedido: caso alguém tome “coragem” e resolva experimentar esta receita, comente aqui o que achou ok?!

Na falta d’água, um Homus!

Por falta d’água, ontem não tivemos aula na faculdade. Por um lado foi uma pena, pois seria mais uma aula de cozinha árabe, mas por outro pude voltar mais cedo pra casa, conversar um pouco com meus filhos e …cozinhar! Pois é! Não resisti e fui pra cozinha fazer uma surpresa pro meu marido. Preparei um homus tahine, famosa pasta de grão de bico árabe, a maioria de vocês deve conhecer. Todos os restaurantes árabes servem essa pastinha, que é deliciosa, nutritiva, mas calórica, rsrsrs. Para quem não está preocupado com a silhueta (e pra quem está), segue a receita.

Homus Tahine

Homus Tahine

Homus Tahine (Pasta de grão de bico)

Ingredientes:

250 gr de grão de bico

4 colheres de sopa de tahine (pasta de gergelim, compra-se em supermercados ou delicatessens)

Suco de 2 limões

Sal a gosto

3 grandes dentes de alho

Modo de preparo: Cozinhar na panela de pressão o grão de bico (não botei de molho antes, como se deve e deu certo), com bastante água porque ele absorve bastante. Não precisa cozinhar demais, eu deixei uns 20min na pressão (ele deve ficar macio). Reserve a água do cozimento. Num processador, ou liquidificador, colocar o suco de limão, o alho, sal, o tahine e o grão de bico cozido (é melhor ir colocando aos poucos, juntamente com um pouco da água do cozimento). Vai batendo e tomando cuidado para não deixar o creme mole demais. Ele fica bem consistente (por isso é melhor um bom processador!). Depois é só acertar o sal e levar pra geladeira. No dia seguinte ele fica mais saboroso. Sirvo sempre com azeite por cima e torradinhas de pão sírio com zatar (tempero árabe que se encontra em lojas de especiarias, aqui no Rio tem na Casa Pedro). Vc também pode enfeitar com salsinha picada, folhas de hortelã ou pimenta calabresa.

Aí como se não bastasse, hoje de manhã, depois do meu passeio diário com minha filhinha (raça whippet, da família dos galgos, linda, linda, linda, linda) resolvi fazer um brigadeiro para meus filhos, mas um brigadeiro diferente. Eu tinha amêndoas em casa (daquelas que já são vendidas fatiadas fininhas) e aí fiz o seguinte:

Brigadeiro de amêndoas

Ingredientes

1 lata de leite condensado Moça (não é merchandising, é porque pra brigadeiro não conheço outro melhor)

4 colheres de sopa cheias de amêndoas passadas num mini processador

1 colher de sopa generosa de manteiga sem sal

3 colheres de sopa de licor de amêndoa ( pode ser o delicioso Amaretto di Saronno)

4 colheres de sopa de amêndoas em fatias, levemente tostadas e quebradas grosseiramente com os dedos

Modo de preparo: Leve ao fogo o leite Moça com as amêndoas processadas, a manteiga e o licor e fique mexendo o tempo inteiro, até o ponto de brigadeiro (ele desgruda da panela). Colocar numa superfície lisa amanteigada. Deixar esfriar um pouco, passar um pouquinho de manteiga nas mãos e fazer as bolinhas, passando depois nas amêndoas tostadas. Fica show! Pelo menos, a gente sai da mesmice. É bom dar uma variada de vez em quando. Confessem que só de olhar as fotos já estão com água na boca!!!

brigadeiro

Brigadeiro de amêndoas

Aula de Cozinha Árabe

Gente, cá pra nós, ontem eu não estava nem um pouco a fim de cozinhar, mas cozinhar é como coçar, basta começar, rsrsrsrs.

Eu não poderia perder, afinal a aula foi de cozinha árabe! O meu professor, o Alexandre Selem, tem origem libanesa e possui um restaurante em Nova Friburgo-RJ, que ainda não conheço. Nunca viajo para aquelas bandas, mas se por um acaso eu for por lá, certamente irei no seu restaurante. Ontem, fizemos esfihas (de carne, espinafre e ricota), kibe Naié (cru), kibe Meelié (frito), kibe de forno, kafta de carne e Mjadra (arroz com lentilhas). Tudo ficou divino!! (eu sou suspeita pra falar, mas o kibe pra mim foi uma surpresa, a receita é diferente da receita da minha família). Segue abaixo receita do kibe como preparamos na aula (e algumas fotos suculentas)….

Kibe frito, esfiha de ricota

Kibe frito, esfiha de ricota

Kibe

Ingredientes:
1/2 kg de carne (patinho ou acém, sem gordura de preferência), moído duas vezes.
1/2 kg de trigo para kibe, lavado e deixado de molho por uns 10 min.
1 molho de hortelã
15 folhas de manjericão
1 cebola grande, picada
1 colher sobremesa de sal
1 colher chá de pimenta do reino
1 colher chá de pimenta síria (eu botei um pouco mais, pois adoro!)
1 colher sopa de manteiga (dá uma liga)

Modo de preparo:
Misturar o trigo lavado e hidratado com os demais ingredientes (carne, cebola, manjericão e hortelã) e passar num processador (o tradicional é passar duas vezes num moedor de carne, mas na falta dele, fizemos no processador e ficou ótimo). Para temperar a massa, colocá-la numa superfície e temperar com sal, pimenta do reino, pimenta síria e a manteiga. Trabalhar bem a massa, para misturar os ingredientes. Teste o sal.

Para o recheio do kibe
Ingredientes:
1/2 kg de carne (patinho ou acém) moída
1 cebola grande picada
1 colher chá de sal
1/2 colher chá de pimenta do reino
1/2 colher chá de pimenta síria
1 colher sopa de azeite
1 dente de alho
100g de pinolis (ou nozes) picados (este foi o diferencial!)

Modo de preparo do recheio:

Modo de preparo do recheio:
Aqueça o azeite de oliva e refogue a carne, já temperada com sal, alho e pimentas. Quando estiver sequinha, desligue o fogo e acrescente a cebola e os pinolis, de forma que ficarão crocantes. Ainda podem ser acrescentadas as nozes picadas.

Agora é só fazer os kibes, pegando porções da massa e modelando com ajuda do dedo indicador e da palma da mão (fazendo um furo central no bolinho de massa). Colocar o recheio e fechar, dando o formato tradicional do kibe. Depois é só fritar em óleo bem quente, deixando o kibe completamente imerso. Não frite demais, deixe-o dourado.

Dica: eu às vezes faço em grande quantidade e congelo, dura bastante. Para congelar, eles têm que ser colocados em uma assadeira, afastados um do outro. Depois de congelados, podem ser colocados todos juntos em um saco plástico.

Outra dica pra quem quiser facilitar o trabalho, é não rechear os kibes. Basta pegar a massa, fazer bolinhas e fritar. Não fica tão saboroso, mas para uma festinha informal, é legal.

Não esquecer de servir com limão!!!!!

Abaixo, seguem as fotos dos outros pratos que fizemos…
Beijos e até amanhã, pois tenho mais uma aula de cozinha árabe hoje!!

Kibe cru, mesma receita da massa do kibe, servido com folhas de hortelã, cebolinha, cebolas em tiras e limão

Kibe cru, mesma receita da massa do kibe, servido com folhas de hortelã, cebolinha, cebolas em tiras e limão

Kibe de forno, mesma massa, numa camada embaixo, outra em cima e no meio, recheio de carne

Kibe de forno, mesma massa, numa camada embaixo, outra em cima e no meio, recheio de carne

Kafta com mjadra e cebolas fritas. O máximo!

Kafta com mjadra e cebolas fritas. O máximo!

Marmaone

Boa tarde de domingo a todos, embora aqui no Rio esteja um dia frio e feio…

Ontem eu aproveitei a presença de minha grande amiga-irmã Lis, que mora em Recife, para preparar a pedido dela, diga-se de passagem, um marmaone. Creio que a maioria não saiba do que se trata, mas é um prato de origem árabe, adaptado no Brasil, com uma pequenina massa que já é vendida pré-pronta, para não termos que fazer todo o processo que fazia a minha vó há dezenas de anos atrás.

Hoje a gente compra as bolinhas de massa já prontas para irem diretamente para o fogo. Antigamente minha vó usava uma espécie de alguidar de madeira, onde eram colocados os grãos de trigo (o mesmo usado para kibe) e aos poucos era acrescentada água, alternadamente com farinha de trigo até irem se formando as bolinhas, com o movimento ininterrupto circular das mãos…

Receita “moderna” de marmaone

1 pacote de massinha para marmaone (comprado na Casa da Vovó Leonie – rua por trás da churrascaria Boi Preto, em Recife)

1 galinha grande e gorda de preferência, rsrsrsrsrs

300 g de miúdos de galinha (fígado e moela) cortados em pequenos pedaços e lavados com água corrente, e temperados com um pouco de vinagre, sal e pimenta do reino – este ingrediente é opcional, tendo em vista que muita gente não gosta de miúdos…

1 cálice de vinho branco seco

3 tomates (picados, sem sementes), 2 cebolas, 5 dentes de alho (1 dente para o final do preparo), 1 pimentão e cheiro verde, tudo bem picado.

1 colher de extrato de tomate

pimenta do reino e sal à vontade

Modo de preparo: Primeiro, corte a galinha em pedaços, deixando parte da pele, para dar sabor. Lave bem. Tempere com sal e pimenta do reino moída na hora. Frite numa frigideira todos os pedaços, até dourar, e reserve. Numa panela grande, doure alho e cebola no azeite, acrescente os miudos e refogue. Coloque o cálice de vinho e deixe cozinhar por uns 15min com a tampa fechada. Depois acrescente os pedaços de galinha, todos os temperos (menos o cheiro verde) e o extrato de tomate. Se quiser acrescente um pouco dágua fria ou caldo de frango (fica melhor! principalmente feito em casa).

Pedaços da galinha com os temperos

Pedaços da galinha com os temperos

Deixe cozinhar até o caldo ficar bem apurado. Retire os pedaços de galinha, deixando os miúdos. Reservar dentro do forno em temperatura bem baixa, coberta com alumínio, para não ressecar. Acrescentar ao caldo de miúdos o marmaone e ficar mexendo o tempo inteiro, para não grudar no fundo da panela. Se necessário, acrescentar mais um pouco de água. Deixar bem úmido, com bastante caldo, como um risotto.

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Mexer sempre para não grudar na panela

Quando estiver cozido (é só sentir o ponto “al denti” como macarrão), acrescentar o cheiro verde, um dente de alho picado e dourado no azeite, e botar numa travessa para servir juntamente com os pedaços cozidos de galinha. É delicioso.

O Marmaone, muito booooommmm!!!

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Vinho que acompanhou o marmaone