Final de semana retrasado, mantendo a tradição, fui à Brasília para preparar um jantar em comemoração ao aniversário de minha irmã mais velha, Elizabeth. Ela pediu que fosse um “jantar tipicamente mexicano”, em homenagem a uma pintura adquirida por ela, representativa de um ex-voto (agradecimento a uma promessa feita a um santo) no caso, feito a San Pascualito (representado no México por uma caveira que leva uma coroa na cabeça) e que completava exatamente um século agora em 2015.

Ex-voto adquirido num antiquário, no México, completando 100 anos em 2015, e o “altar” que preparamos para ele ao lado da mesa onde o jantar foi servido
E assim foi feito!! O cardápio, que apresentarei a seguir, foi pesquisado com antecedência e até “ensaiado” para que na hora H não corrêssemos risco de dar errado. Mas devo dizer que foi um trabalho super prazeroso e totalmente recompensado!! Aprendo tanto em ocasiões assim! 🙂 Agradeço a minha irmã por esta oportunidade!!

Durante a véspera, fizemos todas as compras do jantar em supermercados e lojas especializadas em Brasília
Para receber os convidados, servi margaritas de limão e de manga. Deixei à disposição uma cestinha de “nachos” (biscoitos fritos salgados, tipo doritos) com pastinhas de “frijoles refritos” (uma espécie de tutu), geléia de pimenta, guacamole e “sour cream” (ou creme azedo).

Nachos e pastinhas mexicanas para receber os convidados
Em seguida, pedi que todos sentassem à mesa, que aliás, estava lindaaaa. Ela foi cuidadosamente arrumada por minha irmã e minha sobrinha Izabel. A casa estava toda enfeitada, cada detalhe foi pensado.

Detalhe na porta de entrada e a mesa decorada para o jantar
Servi então de entrada “camarones ao ajillo“, um prato típico, com camarões temperados com bastante alho, pimentas (três tipos), azeite e suco de limão. Acompanhou um purê leve de abóbora (ou jerimum, como se diz na minha terra).

“Camarones al ajillo”, grelhados com bastante alho e três tipos de pimenta fresca
A esta altura, estavam já todos curiosos para saber qual seria o prato principal. Escolhi algo complicado de fazer, o “mole poblano”, um molho típico do interior do México, feito com mais de 20 ingredientes, em que cada família que o prepara dá seu toque pessoal, o que torna algo difícil de ser reproduzido. Além do que, alguns dos ingredientes, como as pimentas secas que eles têm por lá, não existem por aqui!!! Mas enfim, nada que a gente não consiga substituir né?!!… Lá eles preparam o molho e servem com frango ou peru, este último, principalmente em datas festivas. Minha irmã sugeriu substituir pela codorna e eu adorei o desafio, mas coloquei uma condição: teríamos que comprar já desossada. Para nossa grande sorte (graças a San Pascualito!!!) encontramos as bichinhas desossadas, e até conhecemos pessoalmente o seu desossador! Para acompanhar o mole poblano, fiz um arroz de nozes e amêndoas, e uma leve salada de rúcula, avocado (tipo de abacate) e tomate uva.

Codorna com “mole poblano”, molho ícone mexicano que leva mais de 20 ingredientes
De sobremesa, uma torta que faz sucesso aqui no meu blog: “pastel de tres leches“. Uma espécie de bolo pão de ló, embebido em um creme que leva “três leites” (leite condensado, creme de leite e leite em pó), e coberto com chantily e acompanhada de morangos e nozes. A diferença foi que servi em forma de “petit gateau”. Todos adoraram.

Torta “Tres Leches” de sobremesa

“Polvorones” de nozes, amêndoas e castanhas
E não terminou por aqui!!! rsrsrs. Servimos o café com biscoitos também mexicanos, chamados “polvorones”. São bem amanteigados e levam nozes (também encontrei receitas desses biscoitos com canela, chocolate e baunilha). Eu fiz com um mix de nozes, amêndoas e castanhas. Aprovadíssimo.
Quanto aos vinhos, ao longo do jantar harmonizamos da seguinte forma: para a entrada, um vinho branco chileno, o Tamaya – sauvignon blanc. Para a codorna, preferi um vinho mais encorpado, o De Vanny, do tipo Bordeaux francês, afinal a ave tem um sabor mais forte e o mole poblano também. Na sobremesa, servimos um late harvest francês, o Monbazillac. Após o café, ainda degustamos licor de amêndoas Frascatti, produzido por um irmão meu que agora está morando em Recife.

Bebidas servidas ao logo do jantar: cerveja mexicana, tequila, vinho branco, vinho tinto, vinho de sobremesa e licor
Em breve, vou publicar algumas das receitas do jantar aqui no blog. Todas foram encontradas após vasta pesquisa que fiz aqui na internet. Claro que dei meu toque pessoal, e em alguns casos, tive que fazer adequações…
Eu e meu marido estivemos no México em 2008. Conheci lugares muito interessantes e tive grandes experiências gastronômicas. Vejam nos links abaixo:
Cidade do México, Cancún e Cozumel, Oaxaca, e Playa del Carmen

Todos os participantes do jantar mexicano