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Paraty – RJ

Antes de começar a escrever esse post, estava aqui me perguntando se afinal eu deveria escrever Paraty ou Parati… Então consultei nosso velho amigo Google e obtive uma verdadeira aula sobre a grafia correta , vejam toda a história aqui. Agora escrevo Paraty sem medo 😉

A cidade foi fundada em 1667, mas já existia povoação ali há muito tempo. A partir do seu porto escoavam riquezas provenientes de Minas Gerais, principalmente ouro, direto para Portugal. No século XVIII, a vila perdeu um pouco da sua importância, mas recuperou depois com o Ciclo do Café, no século XIX. Com a Abolição da Escravatura em 1888, houve um grande êxodo na região e Paraty ficou bastante “esvaziada” e muito isolada. Para se chegar lá era complicado, só mesmo de barco ou por péssimas estradas. Felizmente, isto ajudou a preservar bastante a arquitetura colonial da vila. Depois da construção da BR101, o turismo começou a crescer vertiginosamente na região, graças ao seu potencial, tanto histórico, quanto paisagístico. Sem sombra de dúvida, uma cidade muito especial, pra se guardar pra sempre na memória. Quem a conhece não a esquece, e quer voltar. Eu já fui pelo menos umas 5 vezes. A última, foi neste final de semana passado, levando minha mãe e minha sogra, 87 e 83 anos respectivamente. Nenhuma das duas conhecia aquela joia arquitetônica.

 

Ficamos hospedados na Pousada Aconchego, muito mais por sua localização estratégica que por outro motivo, pois além de ter estacionamento privativo, ficava dentro do Centro Histórico, justo no limite em que carros ainda podiam circular. Chegamos na sexta-feira à tarde, mas como estava chovendo sem parar, o que nos deixou bastante apreensivos, resolvemos ficar no hotel mesmo. Ele não possui restaurante (a cozinha só funciona para o café da manhã), mas há um restaurante “colado”, parede com parede, com acesso pelo pátio de estacionamento do hotel, super providencial rsrsrs. Jantamos ali mesmo, um vinho, linguiças artesanais, sopinha leve de baroa…

Sábado amanheceu um belo dia, para surpresa de todos. Tomamos um café reforçado e lá fomos nós, para a parte mais difícil: enfrentar as pedras das ruas do centro histórico, com nossas mães. Meu marido de mãos dadas com minha sogra, e eu com a minha mãe, a tiracolo. De pouquinho em pouquinho fomos descortinando a cidade, que ainda estava com suas ruas vazias e com a maior parte das lojas e restaurantes fechados. Era cedo ainda.

Passamos na Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, na Casa da Cultura (que estava fechada). Entramos numa lojinha de artesanato, compramos bijuterias indígenas. Continuamos nossa peregrinação pelas lindas ruas da cidade, com suas casas coloniais bem preservadas, com janelas e portas coloridas. Cruzamos a cidade e fomos até o Largo Santa Rita, onde está a Igreja de Santa Rita de Cássia, que aparece em todas as fotos de Paraty que são tiradas a partir do mar. Igrejinha linda que abriga o Museu de Arte Sacra.

Igreja de Santa Rita de Cássia

Depois demos uma passada na Rua do Comércio, compramos cachaça (Paratiana – Gabriela, Cravo e Canela) e molhos de pimenta, não tinha como não comprar! Passamos no Largo do Rosário e por fim, para abrilhantar ainda mais nosso dia de sol inesperado, fizemos reserva no “Banana da Terra” e lá fomos, finalmente.

Falei “finalmente” porque há anos sonhava conhecer esse restaurante. Conheci a Chef Ana Bueno há muito tempo atrás, durante um festival gastronômico de Recife, no antigo e maravilhoso restaurante Chez George (que na verdade ficava em Olinda). Na época ela me marcou bastante, achei-a simpática e muito talentosa! A Chef apresenta uma cozinha com raízes “caiçaras”, ou seja, oriundas de toda aquela região próxima a Paraty, da serra ao mar.

De cara, pedi uma caipirinha feita com limão e capim-santo (ou capim-limão). Estava ótima!

Pedimos também o couvert, que estava uma delícia, com seus pãezinhos saídos do forno na hora. E ainda: caldinho de batata baroa com queijo gorgonzola, um bolinho frito de camarão e um peixe marinado empanado com coco.

Por sugestão da garçonete que nos atendeu, escolhi um “Polvo com páprica, tomate seco da casa, cebola pérola, pesto de azeitonas pretas, sobre purê de batata doce, com pedaços de alho assado“. Estava excelente! Polvo macio. O pesto em contraste com o purê adocicado, o alho assado… tudo em perfeita harmonia.

Meu marido pediu um camarão que fiquei encantada e me deu vontade de tentar fazer igual em casa: “Camarões levementes picantes com curry vermelho, flambados na Cachaça Labareda, com arroz negro e salada de manga“. Espetáculo. Além de saboroso, parecia uma obra de arte.

Minha mãe e minha sogra apostaram no “Camarão ao creme fresco e vinho do Porto com arroz de castanha de caju“, também muito bom, porém de sabor mais suave.

O restaurante é um belo casarão, há um jardim interno, bonita decoração. Achei ruim o fato do banheiro ser no primeiro andar, e só vi acesso por uma escadaria. Não sei se há elevador, não perguntei, mas não vi. Como eu estava com duas pessoas idosas, agradeci a Deus elas não terem precisado ir ao banheiro…

Ah! A sobremesa ficou na conta da sorveteria do outro lado da rua! 😀

Saímos felizes e satisfeitos, mas à noite, eu e Cláudio fomos matar as saudades de uma verdadeira “galette” francesa (crepe de trigo sarraceno), no “Oui Paraty“, que recomendo muuuuito!! O Chef (Patrick Louis) é um amor e a galette, bem como as crepes, estavam muito boas. Pedimos a “Galette Délice“, com presunto de parma e queijo brie. Tomamos um vinho tinto “Côtes-du-Rhône“, combinou perfeitamente. Ao final ainda degustamos uma crepe de banana com nutella. Recomendo este pequeno recanto francês em Paraty, na Rua Santa Rita, 190.

“A cozinha é a base da verdadeira felicidade” (Auguste Escoffier) – “Um bom prato, uma boa galette, um crepe legal, uma taça de vinho, a felicidade está no Oui Paraty” (Patrick Louis)

 

 

 

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Chapada dos Veadeiros (GO) e a “matula”

Jardim de Maytreia – Cartão postal da Chapada dos Veadeiros

Conhecem a Chapada dos Veadeiros?!!! Fiquei absolutamente apaixonada. Um paraíso para os amantes da natureza. Mas principalmente para aqueles que têm muita disposição e preparo físico, pois normalmente você precisa acordar cedo e saber que os acessos às melhores atrações não são fáceis e vão requerer uma certa resistência física. Ou seja, é a minha cara, hahaha. Nada como caminhar o dia inteiro com apenas água na mochila e alguns lanchinhos leves, ir à exaustão subindo, descendo trilhas, pedras, riachos e tomando banho de cachoeira, depois ficar louca de sede e fome e tomar uma cerveja estupidamente gelada e devorar um prato de comida como faria um tropeiro do século XVII depois de horas de viagem em cima de uma mula. Aaaaaaahhh, gente, a sensação é indescritível… alguém se identifica?!! 😀

Uma das Cachoeiras de “Loquinhas” – Alto Paraíso de Goiás

Havíamos pensado em ir à Chapada dos Veadeiros há muitas anos atrás, mas era aquela coisa de ficar adiando, adiando, adiando. Terminamos nos decidindo agora no último feriadão da semana santa.

Antes de viajarmos, lemos muitos blogs e guias de turismo para melhor escolhermos as nossas aventuras. Todas foram maravilhosas, umas mais marcantes que outras, mas tudo foi verdadeiramente surpreendente. Primeiro decidimos qual a Pousada que ficaríamos, e não nos arrependemos de jeito nenhum. Pousada Por do Sol, localizada na Vila de São Jorge, que fica na porta de entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, foi bem estratégica e confortável pra gente. A maioria das pessoas opta por se hospedar em Alto Paraíso de Goiás, que é maior e tem mais infraestrutura. Eu preferi a vila mais rústica e calma de São Jorge.

Vale da Lua – atração imperdível próxima a São Jorge

Apenas para vocês terem uma ideia, pois não quero me estender em detalhes da nossa programação, tivemos 5 dias livres e mais a metade do 6º dia, que correspondeu ao período do domingo até a sexta-feira santa, quando então pegaríamos a estrada de volta pra Brasília e depois avião de volta para o Rio. Abaixo, nosso roteiro básico:

1º dia – Trilha dos Saltos do Rio Preto – dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros – 11km ida e volta, com duas cachoeiras belíssimas (120m e 80m) e uma corredeira.

2º dia – Trilha do Mirante da Janela – por fora do Parque, mas com visual das Cachoeiras do Rio Preto – (8km ida e volta, com Cachoeira do Abismo e Mirante da Janela, que oferece vista espetacular das Cachoeiras do Rio Preto).

3º dia – Cachoeira Loquinhas (uma sequência lindíssima de poços e cachoeiras cristalinas, de fácil acesso) e Fazenda São Bento (trilha não muito longa para as Cachoeiras Almécegas I, Almécegas II e São Bento)

Acima – Loquinhas; abaixo: Almécegas I e Almécegas II

4º dia – Cachoeira Santa Bárbara (considerada a cachoeira mais bonita da região (e realmente é imperdível), requer longa viagem à Cavalcante e depois 27 km de estrada de terra, horrível por sinal) e Cachoeira da Capivara.

As duas primeiras fotos – Cachoeira Santa Bárbara; e a última – Capivara

Cachoeira Santa Bárbara e suas águas convidativas

5º dia – Vale da Lua (um lugar exótico, encantador, com banho ótimo e de fácil acesso) Fazenda Raizama (dois lugares pra banho, com cachoeira, muito tranquilos) e Águas Termais do Morro Vermelho (perfeito para descansar no final do dia, em água quentinha de 28 graus).

As duas primeiras fotos – Vale da Lua; e a última – Raizama

Fazenda Morada do Sol (nosso último passeio, com direito a cânion, cachoeira e um ótimo poço para banho).

Mas eu comecei todo esse post aqui porque queria falar da “matula“. O dicionário Aurélio on line traz o significado de “alforje pra viagem; farnel”. A “matula” nasceu com os tropeiros, que adentravam terras brasileiras, lá nos idos dos séculos XVII e XVIII levando suas mulas guarnecidas de alimentos para comercializar, nas regiões do Sul e Sudeste. Ela era a alimentação principal do tropeiro, que consistia normalmente em feijão ou tutu de feijão, temperado com açafrão, e mais: arroz, abóbora, linguiça, “carne de lata” ou carne de sol, aipim (macaxeira), farinha de mandioca…

Eu havia lido num blog que quem fosse ao interior de Goiás, precisava conhecer a “matula” que até hoje é preparada em vários lugares (lares e restaurantes), preservando a história da gastronomia daquela região. Na Chapada dos Veadeiros, depois de algumas pesquisas, descobri que a matula mais famosa é do Rancho do Waldomiro. Encaixei no meu roteiro, claro. No dia em que fomos à Cachoeira Loquinhas e Fazenda São Bento, aproveitamos para visitar o Rancho, pois fica perto de lá, já no caminho para São Jorge. Chegamos ao restaurante no final da tarde e tudo que eu mais desejava era “um prato de comida” (meu chefe usa essas palavras quando a fome aperta muito e o atendente do delivery pergunta ao telefone: – o que o senhor vai querer hoje?! rsrs).

O Rancho do Waldomiro não fica longe da Fazenda São Bento. São 9,5 km sentido Vila de São Jorge. É uma espécie de  cabana, com teto de palha, com camping ao lado. Estava vazio quando chegamos, até pensei que estava fechado. Uma moça muuuito simpática nos recebeu, ofereceu uma cachaça local, rsrs. Depois vi que é especialidade deles lá, muitos sabores diferentes. Uma pena que eu e Cláudio não sejamos adeptos de uma cachacinha…

Pedimos a matula sem nem olhar o cardápio. A mocinha só nos explicou que poderia ser servida num “prato feito”, ou em porções, com cada ingrediente separadinho. Pedimos 2 pratos feitos. Afinal, tropeiro não comia tudo arrumadinho em porções, comia tudo junto num prato só, nééé?!!

Não sei se foi a fome que estávamos, mas o prato estava delicioso!! O tutu com açafrão era tudo de bom. A “carne de lata” estava divina. Fiquei perguntando como faziam aquilo. Ela me falou que era uma forma antiga de preservar a carne: primeiro ela é cozida, depois frita e acondicionada em latas, em sua própria gordura, para conservação. Uma iguaria. Pode até engordar, mas que é boa é viu… Vieram ainda no prato: macaxeira frita, abóbora, farofa com carne seca (paçoca), arroz, tomate…

“Matula” – prato típico dos antigos tropeiros

Depois ela me ofereceu um docinho caseiro de abacaxi em calda, delicioso. Disse que “não custava nada não”. Fofa ela… Mas fiz questão de pagar 5 reais pelo doce.

Abaixo, algumas flores que encontrei ao longo das trilhas. São muito variadas e exóticas. E no próximo post, tem mais sobre a Chapada dos Veadeiros!

Flores do Cerrado – Chapada dos Veadeiros

 

 

 

 

Uma aventura em Tiradentes-MG

Entre os dias 19 e 22/11, feriadão de Zumbi no Rio de Janeiro, eu e Claudio fomos para Tiradentes em Minas Gerais para descansar um pouco, sair da rotina, e de quebra encontrar um grupo de amigos (éramos 12 ao todo) para beber, comer e conversar. Dudu, meu amigo que é chef de cozinha, que eu já citei aqui trocentas vezes, estava à frente da organização do programa. Segundo ele, além da Pousada ser excelente (Pousada Calçada São José – Pouso Campestre), o Wagner e a Du, casal proprietário da Pousada, eram excelentes anfitriões. E de quebra, o Wagner era Chef de cozinha de primeiríssima. Iria nos preparar um bacalhau na sexta à noite e um tropeiro no sábado. Era tudo que eu precisava para o meu final de semana!!

A Pousada realmente é uma delícia. Distante do centro da cidade, com uma área verde imensa e muito bem cuidada, tem clima de campo, muito charme na decoração, quartos bem equipados, café da manhã maravilhoso, enfim, um local para você esquecer o resto do mundo e descansar. A sensação que temos é a de estarmos em uma fazenda familiar.

Pousada Calçada São José, Pouso Campestre, em Tiradentes-MG

Pousada Calçada São José, Pouso Campestre, em Tiradentes-MG

Viajamos pra Tiradentes na quinta-feira de manhã, com chegada na hora do almoço (veja meu post sobre o restaurante Kitanda Brasil). À noite tivemos uma pequena ideia do talento do nosso anfitrião Wagner, com algumas entradinhas que ele nos serviu (kibe cru de cordeiro, conserva de jiló, tomates frescos com manjericão e alho) e da sua esposa Du, com sua deliciosa e reconfortante sopinha de legumes.

Nosso jantarzinho na noite de quinta feira na Pousada Calçada São José

Nosso jantarzinho na noite de quinta feira na Pousada Calçada São José

Na manhã da sexta-feira, ficamos encantados com o café da manhã comandado pela Du. Delicioso! Tudo feito com carinho, cada detalhe… O iogurte feito por ela, os bolinhos especiais (banana com granola), os pãezinhos recheados, os sucos feitos na hora, cada dia um sabor diferente. E os ovos fritos à moda da casa, feitos pelo Wagner, com queijo e alho frito… um luxo!

Eu e a Du no salão de café da manhã da Pousada Calçada São José

Eu e a Du no salão de café da manhã da Pousada Calçada São José

Neste ponto vou dar uma pausa nas comilanças para contar sobre a aventura em que nos metemos…

Resolvemos fazer uma trilha ecológica para melhor conhecermos a região, pois a pousada tem uma localização excelente para quem gosta de trekking, afastada do centro da cidade, localizada bem no pezinho da serra (Serra de São José). Depois de algumas orientações da Du, saímos por uma das trilhas já demarcadas pelo Wagner, tranquila, sem erro, era só seguir o caminho até lá em cima. Beleza. Saímos sem pretensão de demorar, nem colocamos protetor solar (estava nublado), nem mesmo levamos uma garrafinha de água…

Seguimos felizes pelo caminho descrito pela Du, passamos pela Calçada dos Escravos (resquícios dos caminhos abertos pelos escravos no século 18 para o transporte do ouro), pela porteira (fim da propriedade), pelo mirante, pelo “labirinto de pedras”. A partir daí não tínhamos mais referências e deveríamos voltar, na verdade. Mas somos muito aventureiros (metidos a “cavalo do cão”, como se diz na minha terra) e resolvemos seguir a trilha, pra ver se chegávamos  na parte mais alta da serra (que chega a 1260m de altitude), num ponto mais próximo da cidade de Tiradentes. Queríamos ter uma visão dela lá de cima…

Calçada dos Escravos, mirante e a cidade de Tiradentes vista do alto da serra

Aí começaram os problemas, hehehe. O sol surgiu, inclemente. No 3º km uma das minhas botas perdeu a sola… No 4º km a foi a vez da outra bota. Mas chegamos na parte mais alta da serra, vimos a cidade de Tiradentes aos nossos pés, tiramos fotos, e em vez de voltarmos, não… achamos que tinha alguma descida mais próxima, que seria melhor continuarmos… e nesse ínterim não aparecia uma alma viva pra nos dar uma informação!! Nem uma plaquinha perdida, hahaha.

Vimos a cidade de Tiradentes passar ao largo, terminou ficando pra trás e nada de aparecer uma descida. Mas estávamos tranquilos, afinal, sabíamos exatamente onde estávamos, só não sabíamos como descer!! Feito gatos em cima do telhado, haha!! Não tínhamos sinal de celular. Nem água. Nem protetor solar…. uuuiiiii.

Enfim, chegou um ponto que minhas botas já estavam atrapalhando mais do que ajudando. Vislumbramos um lugar pra descer da serra, que não era trilha demarcada, mas que dava pra encarar. Desci bem devagar, pra tentar manter as palmilhas embaixo do meu pé. Nem pensamos em retirar o cadarço pra amarrá-las. Marinheiros de primeira viagem mesmo!! Chegando lá embaixo, joguei fora as minhas imprestáveis botas, as palmilhas já eram. Só pedi a Claudio que me cedesse as meias dele, assim fiquei com duas meias em cada pé. A essa altura já estávamos “no chão”, pelo menos. Mal sabíamos nós que ainda tínhamos uns 3km pela frente!!

Minhas botas, que ficaram imprestáveis... rsrsrs.

Minhas botas, que ficaram imprestáveis… rsrsrs.

Cachoeira em algum ponto da trilha

Cachoeira em algum ponto da trilha

De repente um barulho de água… uma cachoeira! Que maravilha. Me refresquei. Tomei também um pouco d’água. Chegamos em uma barragem e aí não sabíamos mais pra que lado ir, não víamos mais a trilha. Caiu uma chuva torrencial nesse momento.

Tínhamos que proteger as câmeras!! Sorte que Claudio havia levado um saco plástico. Daí passamos por cima da barragem e seguimos uma trilha do outro lado. Pra resumir, finalmente chegamos numa mineradora, uns caras nos disseram que estávamos em “Santa Cruz de Minas”. Outra cidade! Andamos mais um pouco e ao vermos um carro se aproximar, pedimos carona. Ele nos deixou num ponto de ônibus para dali então irmos pra Tiradentes. Eu subi no ônibus encharcada e de meias, hahahaha. Andamos ao todo pouco mais de 10km, em 4 horas e meia, um bom gasto calórico não?!

Chegamos na rodoviária de Tiradentes, pegamos um táxi imediatamente que nos levou finalmente para a Pousada. Todos estavam querendo saber notícias nossas, preocupados. O melhor de tudo era que eu sabia que um banquete nos aguardava!!! Mas antes dele, um banho beeeeeeem quente!!!!

E mais tarde começamos a repor todas as energias perdidas. “Vol-au-vents” de queijo brie com damasco. Bruschettas de abobrinhas com queijo gorgonzola (divinas!!), “pesto siciliano” (feito com tomate seco, alho, azeite e nozes), pastinha de azeitona preta e cogumelos refogados. Tudo isso regado com alguns excelentes espumantes que nós levamos (boa parte do grupo era da ABS).

Vol-au-vents de brie com damasco, bruschettas de abobrinha e gorgonzola e pastinhas...

Vol-au-vents de brie com damasco, bruschettas de abobrinha e gorgonzola e pastinhas…

Depois chegou o rei da noite, o bacalhau! O Wagner o preparou de forno, com brócolis, batata, chuchu, pimentão vermelho, azeitonas pretas, alho, cebola e muito, muito, muito azeite! O lombo era alto e super macio. Uau!! Vinho tinto para acompanhar. De sobremesa, banana caramelada feita pela Du, sorvete de creme e doce de leite caseiro. E um “sauternes” (vinho branco de sobremesa) francês pra fechar com chave de ouro!!

Bacalhau preparado pelo Wagner, e doce de banana da Du

Bacalhau preparado pelo Wagner, e doce de banana da Du

No próximo post, vou falar um pouquinho da cidade de Tiradentes, que visitei apenas no dia seguinte, e o fantástico Tropeiro que o Wagner nos preparou. Eu fiquei tão empolgada com a aula que recebi que repeti a receita no final de semana seguinte e darei as dicas todas pra vocês. Aguardem!!

Pousada Paraíso – Itaipava/RJ

O nome já diz tudo… Descobri essa pousada há muitos anos, meus filhos ainda viajavam comigo, e minhas lembranças de lá eram as melhores possíveis. Naquela ocasião, eu havia participado de um “festival gastronômico”, onde qualquer hóspede poderia participar, preparando um prato à sua escolha, que seria servido no jantar do sábado a todo os outros hóspedes do hotel. Fiz um risoto cremoso de camarão com alho poró, um prato que adoro. Na época eu estava no começo do meu curso de gastronomia…

Uma coisa, outra, só voltei lá recentemente. Família querendo um lugar no “mato” pra descansar e passar um tempo junta, lembrei e sugeri irmos até a Pousada Paraíso. Reserva feita, lá fomos nós no feriadão de finados.

Área da piscina natural da Pousada Paraíso

Área da piscina natural da Pousada Paraíso

A ida foi meio complicada. Resolvemos confiar cegamente no GPS do carro novo e… perdemos pelo menos uma hora, pra cima e pra baixo, dando voltas num labirinto de estradinhas de barro sem fim. O GPS pega o caminho supostamente “mais curto”, mas nem sempre é a melhor opção… Portanto, se você for até lá, antes entre no site do hotel e veja quais as dicas para chegar até lá sem percalços.

Chegamos cansados, mas felizes. Nosso quarto foi bem escolhido, bastante amplo, com todo o conforto que merecíamos. Ficamos todos próximos, numa das casas da pousada, com três quartos vizinhos, que dividiam a mesma varanda. Como éramos 3 casais, foi mais que perfeito. Nossa suíte, a Canário da Terra, além do básico, tinha lareira e piscina de hidromassagem. Nada mal hein….

Recepção, sala de estar e nosso super quarto Canário da Terra

Recepção da Pousada, sala de estar e nosso super quarto Canário da Terra

A Pousada tem diversas opções de lazer durante o dia, como piscina natural, sauna, campo de pádel e tênis, rapel, escalada, golf, vôlei, arco e flecha, atelier para aprender a fazer artesanatos diversos, trilhas para trekking e observação de pássaros (“birdwatching”), ufa!! Não falta mesmo o que fazer!!

Oficina de artesanato, trilhas ecológicas e área de bar, próxima a piscina

Oficina de artesanato, trilhas ecológicas e área de bar, próxima a piscina

Foram catalogados mais de 200 tipos de pássaros na propriedade. Muito legal ficar observando as dezenas de pássaros diferentes que se aproximam do comedouro pela manhã, para se alimentarem de frutas e sementes. Isso é um grande diferencial na pousada. Cláudio conseguiu uns flagras maravilhosos dos pássaros mais ousados e de um esquilo fofo que se aproxima para comer côco seco todos os dias.

Alguns dos pássaros que tomam café junto com os hóspedes (o de cima do lado esquerdo é a "Asa Branca" do sertão, cantada por Luiz Gonzaga

Alguns dos pássaros que tomam café junto com os hóspedes (o de cima do lado esquerdo é a “Asa Branca” do sertão, cantada por Luiz Gonzaga

O casal proprietário é muito simpático. Mariana dá conta de tudo, sempre com um sorriso no rosto  e cheia de delicadeza. O Bernardo, nosso guia pelas trilhas, expert em pássaros, reconhece-os pelo canto, inpressionante. Nas horas vagas é chef de cozinha e comanda os almoços e jantares da pousada. Em falar nisso…

O café da manhã é farto, com tudo que temos direito, pães diversos, frios, cereais, etc. Tem uns biscoitinhos amanteigados que estão sempre lá, na mesa de chá e café, que são uma delícia (quando eu passava por perto não resistia…). Os ovos, você mesmo os prepara. Há uma chapa quente, espátula, lixeirinha, e aro para quebrar o ovo dentro. Sobrou pra quem fazer os ovos fritos para toda a família??! hahahaha.

Nossa mesa do café da manhã, ao lado dos pássaros e esquilos, embaixo de um florido bourganvile

Nossa mesa do café da manhã, ao lado dos pássaros e esquilos, embaixo de uma florida buganvília

Se quiser, você pode fazer as três refeições na pousada. O restaurante é amplo e bonito. Iluminado à noite fica cheio de charme. Na sexta-feira, foi servida de entrada uma sopa de legumes e depois uma excelente truta acompanhada de arroz de passas. De sobremesa, um mousse de chocolate com o mesmo sabor do que minha mãe fazia quando eu era criança. Tão boooommm…. :). No sábado foi uma verdadeira orgia, porque no almoço eram várias opções atraentes e saborosas, como carne assada, salmão, fricassé de frango e salada bem fresquinha. E no jantar, um festival completo de fondue (queijo, carne e chocolate) além de deliciosos canapés de cebola de entrada.

Nosso jantar de sábado à noite: canapés de cebola e festival de fondue

Nosso jantar de sábado à noite: canapés de cebola e festival de fondue

Tem uma última foto que publico aqui, com a qual fiquei bastante surpresa, apenas por um detalhe: eu bati a foto sem ter visto o minúsculo morador que descansava despreocupadamente…

Olhem que delicadeza de flor (e seu ilustre morador)

Olhem que delicadeza de flor (e seu ilustre morador)

Enfim, depois de um final de semana desses, dá aquela depressãozinha ao voltar pra casa e pensar que no dia seguinte a vida recomeça. Mas que graça teriam as viagens se vivêssemos eternamente viajando né?!

Quem gosta de natureza, clima de serra, fondues, vinhos e pousadas aconchegantes (só coisa ruim!!), deveria conhecer a região de Araras, também pertinho de Itaipava, com gastronomia pra ninguém botar defeito. Veja onde me hospedei em Araras. E mais algumas dicas gastronômicas aqui.

 

 

Gramado – Parte 2

Um dos passeios turísticos mais famosos da Serra Gaúcha é o da Maria Fumaça (trem a vapor), a partir de Bento Gonçalves. Se você estiver hospedado em Gramado, pode dar uma esticada até lá pra fazer o passeio, ou contratar uma das agências que vendem pacotes que já incluem o traslado. Como estávamos com carro alugado, fomos por conta própria, mas compramos os bilhetes com antecedência na Giordani Turismo, que é a agência operadora deste passeio.

Maria Fumaça na parada estratégica em Garibaldi

A Maria Fumaça faz o percurso Bento Gonçalves – Carlos Barbosa, passando por Garibaldi, perfazendo ao todo 23km, com duração de 1h30min. Ela faz também o percurso de volta, você escolhe se quer a ida ou a volta, de acordo com os horários oferecidos. Só conseguimos bilhetes para o percurso de volta, ou seja, de Carlos Barbosa a Bento Gonçalves. De qualquer forma, você tem que se dirigir a Bento, que é onde começa o seu tour.

Neste dia, deixamos Gramado depois de um café da manhã reforçado no nosso hotel ( leia mais em Gramado – Parte 1). Seguimos então para Bento Gonçalves, a 120km de distância, pouco mais de duas horas de viagem. Chegamos lá por volta do meio-dia e resolvemos almoçar logo, pois o nosso pacote não incluía refeições, iniciaria às 13h e só terminaria às 17h. Foi melhor, assim pudemos conhecer o “Sapore & Piacere“, um ótimo bistrô que descobrimos por acaso. Ele estava oferecendo um menu que incluía um creme de cogumelos, uma mesa de antepastos bem atraente, e um risoto de aspargos com gorgonzola. Queríamos algo muito leve, por isto pedimos para nos servirmos apenas dos antepastos e do caldo (não experimentamos o risoto). Foi uma deliciosa experiência!

Mesa de antepastos do Sapore & Piacere

Num sobrado charmoso, o restaurante oferece um ambiente simples, mas simpático, típico de bistrô. Serviço atencioso, comidinhas leves, saborosas e saudáveis. E ainda fomos depois cumprimentados pelo proprietário e sua esposa, a Chef Márcia. Uma simpatia os dois. Ele nos ofereceu de cortesia uma taça de espumante local.

Ambiente de bistrô do Sapore & Piacere

Pedimos de sobremesa brigadeiros (chocolate tradicional e branco com castanha-do-pará) e uma especialidade da casa, uma espécie de pavê, com biscoitos, chocolate meio amargo e café, acompanhada de sorvete.

Sobremesas do Sapore & Piacere

Se você gostou desse restaurante, veja o que escrevi sobre o Bouquet Garni, em Gramado!

Partimos então para nosso passeio, que começou com uma apresentação teatral, a “Epopeia Italiana”, que conta a história da chegada dos primeiros imigrantes italianos na região sul do país, especialmente, na Serra Gaúcha. Achei bem legal. Depois disso, um ônibus nos levou inicialmente até Carlos Barbosa, onde visitamos uma imensa loja de fábrica da Tramontina (eu queria comprar a loja inteira ;), mas tive que me contentar com uma tesoura de cozinha e algumas espátulas de silicone…).

Loja de fábrica da Tramontina, uma tentação…

Dica: em frente à loja da Tramontina tem uma loja de produtos locais (queijos, embutidos, geléias, biscoitos, etc) que é um paraíso para quem curte essas coisas. Eu comprei um queijo regional tipo grana padano, delicioso.

Deixaram-nos depois na estação de trem da Maria Fumaça, em frente ao nosso vagão (218), e partimos numa viagem bem divertida até Bento. Durante o percurso, há diversas apresentações dentro do trem, performances de músicas e danças típicas. Um barato. Fizemos uma parada em Garibaldi para degustação de vinho e espumante. De lá até Bento, muitas animações para distrair o turista no trem. Um passeio que encanta a todas as idades. Voltamos para Gramado e chegamos exaustos, mas felizes, rsrs.

Maria Fumaça, parada em Garibaldi para degustação e apresentações de música durante o percurso

Há um outro tour para visitar as vinícolas do Vale dos Vinhedos que fica próximo a Bento Gonçalves, mas ficará para uma próxima vez que formos para aquelas bandas. Em vez disso, fiz uma visita a Vinícola Ravanello, pertinho de Gramado, que contarei aqui em breve!

 

 

Gramado – Parte 1

Matriz de São Pedro, Cascata do Caracol e estátuas dos apóstolos em Gramado-RS

Matriz de São Pedro, Cascata do Caracol e estátuas dos apóstolos em Gramado-RS

Entre os dias 06 e 12/09, estive em Gramado com meu marido e meus sogros. A última vez que eu havia estado lá foi há uns 8 anos. A pequena cidade da Serra Gaúcha, com algo em torno de 35 mil habitantes, é cheia de charme. Principalmente no inverno, quando seus chocolates, fondues e vinhos ganham vida! aaaaaiiiii…. aproveitamos bastante! E eu trouxe dicas boas para quem ainda não esteve lá!!

A começar pelo nosso hotel, o Recanto da Serra. Super bem localizado, próximo ao centro (5 a 7 min a pé) e ao mesmo tempo, num local reservado, super tranquilo. E com um supermercado completo a 50m. Tem bastante área verde, piscinas (uma delas aquecida), uma pequena sala de ginástica, spa, um pub, e um grande salão de café da manhã, que por sinal, era muito bom. Meus sogros tiveram problemas no aquecimento da cabana onde eles ficaram, mas no “apto luxo” em que fiquei, só tenho elogios. Afora que os funcionários foram todos muito simpáticos, atenciosos e prestativos. Recomendo.

Hotel Recanto da Serra, próximo ao centro de Gramado

Hotel Recanto da Serra, próximo ao centro de Gramado

Em nosso primeiro dia na cidade, fomos rodar pelo centro, incluindo a rua Coberta, a Igreja de São Pedro e toda a Avenida Borges de Medeiros, a principal, repleta de lojas, restaurantes, chocolaterias, hoteis, etc. A Prawer é uma das fábricas de chocolate mais famosas de lá. A loja é sedutora, para quem é chocólatra. Como não sou, me limitei a comprar umas amêndoas cobertas de chocolate e cacau que estavam ma-ra-vi-lho-sas, tenho que confessar.

Loja de chocolates Prawer, observem os "salames" e "queijos" de chocolate

Loja de chocolates Prawer, observem os “salames” e “queijos” de chocolate

Cascata do Caracol, próxima a Canela.

Cascata do Caracol, próxima a Canela.

Neste dia, segui sugestão de uma amiga e fomos almoçar no excelente restaurante Bouquet Garni. Era um esquema de “menu confiance”, com entrada, prato principal e sobremesa. Tínhamos cinco opções de pratos principais: dois de filé mignon, dois de peixe e um de cordeiro . O ambiente é aconchegante, de frente para um lago, e o serviço do restaurante era ótimo. Super recomendo. Para uma descrição completa do nosso almoço (com fotos dos pratos e do Chef, rsrs) veja em outro post que escrevi aqui no blog em críticas gastronômicas.

Em nosso segundo dia de viagem fomos visitar a vizinha Canela (programa obrigatório!!) incluindo a Cascata do Caracol, uma belíssima cachoeira, localizada dentro do Parque Estadual do Caracol. Como eu estava acompanhada dos meus sogros, não fizemos a descida da escadaria que leva o visitante até bem próximo da cachoeira. Nos limitamos a olhá-la de cima. Subimos inclusive, em um mirante (pago por fora), que dá uma visão um pouco mais ampla do parque.

Há um teleférico também, que você tem que ir de carro, fica fora do Parque (seguindo a mesma estrada), que dá vista para a cachoeira também, mas de um outro ângulo, mais distante um pouco, que achamos não ter valido o custo x benefício.

Mas a maior descoberta que fiz é que além da belíssima cachoeira e de toda a natureza em volta, há um outro motivo para não deixar essa visita de fora de seu roteiro. Pertinho dali, na mesma estrada, há o “Castelinho Caracol“. Trata-se de uma casa pertencente à família Franzen. Foi uma das primeiras residências de Canela, construída entre 1913 e 1915, toda em madeira, com um sistema de encaixes que não utilizava pregos. A casa fica aberta para os visitantes, que podem ver alguns dos cômodos ainda bem conservados, com objetos da época e fotografias da família na parede. Na cozinha, o fogão é o original, centenário, lindo.

Castelinho Caracol, uma de suas salas bem conservadas e o centenário fogão...

Castelinho Caracol, uma de suas salas bem conservadas e o centenário fogão…

Este lugar guarda uma maravilha gastronômica imperdível: o apfelstrudel com nata. É um doce originário da Áustria, com massa folhada e maçãs. Ficou muito popular na Alemanha também e em toda a Europa. Na minha última viagem para o interior da Alemanha, no ano passado, comi muitos apfelstrudels, e juro, nenhum tão gostoso quanto este…

Apfelstrudel do Castelinho Caracol, imperdível

Apfelstrudel do Castelinho Caracol, imperdível

Outro passeio maravilhoso que fizemos, não perca o post, foi o da Maria Fumaça, em Bento Gonçalves!!

 

 

Praia do Leme

Inspirada na nova novela das 21h, em que uma das principais personagens (estrelada pela Camila Pitanga) tem uma barraca na Praia do Leme, resolvi dar um pulinho lá nesta última quinta-feira pra dar uma curtida numa das melhores vistas do Rio de Janeiro, na minha opinião.

Eu estava acompanhada de um casal amigo que veio turistar por aqui. Sugeri primeiro subirmos até o Forte do Leme (ou Forte Duque de Caxias), construído em 1722, pouco explorado pelos próprios cariocas. Não entendo por quê, pois custa apenas R$ 4,00 para entrar, a trilha é curtinha, você não leva mais do que 30 minutos pra subir, e vai vendo, ao longo do caminho, belas paisagens…

Vistas a partir da trilha que sobe até o Forte do Leme

Vistas a partir da trilha que sobe até o Forte do Leme

Ao chegarmos no forte, fomos para a parte mais alta e tiramos esta linda foto que mostra toda a praia do Leme e Copacabana…

Vista do alto do Forte do Leme mostra toda a Praia de Copacabana

Vista do alto do Forte do Leme mostra toda a Praia de Copacabana

Ao descermos tive uma ótima surpresa quando descobri uns quiosques (acho que já existiam, mas foram renovados) muito bem posicionados, encostadinhos na pedra do Leme, sob a sombra das árvores. Tem até banheiro próximo, no subsolo, organizadinho e pago (R$ 2,00).

Finalzinho da Praia do Leme com os quiosques, no Caminho do Pescador

Finalzinho da Praia do Leme com os quiosques, no Caminho do Pescador

Antes, seguimos pela beirada da Pedra, até o final da trilha, conhecida como “Caminho dos Pescadores” (havia, de fato, diversos pescadores) apenas para usufruir da vista que estava espetacular neste dia. Havia pouca gente na praia e alguns surfistas aproveitavam as boas ondas.

Vista da Praia do Leme e Copacabana a partir do Caminho dos Pescadores

Vista da Praia do Leme e Copacabana a partir do Caminho dos Pescadores

Vista do quiosque, no Caminho dos Pescadores, Pedra do Leme

Vista do quiosque, no Caminho dos Pescadores, Pedra do Leme

Voltamos até os quiosques e sentamos numa das mesinhas privilegiadas. A cerveja estava bem gelada e pedi uma porção de sardinhas fritas, que adoro. Me lembram as “agulhas fritas” do nordeste, por isso elas tem um sabor especial pra mim. E estas estavam perfeitas, feitas na hora, bem crocantes.

 

Sardinhas fritas do quiosque onde ficamos

Sardinhas fritas do quiosque onde ficamos

Havia muitos outros petiscos (como frango “apassarinha”, rsrsrs, bolinhos de aipim com carne seca, bolinho de bacalhau, espetinhos diversos, camarão ao alho e óleo, etc), desses que pedem cerveja gelada. Se pudesse, teria ficado ali a tarde inteira, de bobeira…

Fica então aqui a dica para um dia que você esteja sem compromisso aqui pela cidade: conhecer o Forte Duque de Caxias (ou Forte do Leme), desfrutar das lindas paisagens e depois saborear sardinhas fritas nos quiosques, sob a sombra das árvores, com uma cerveja bem gelada!!!

Carnaval em Santa Catarina – Parte 3

Nesta viagem conheci muitas praias. Uma das mais bonitas fica em Porto Belo – SC, município vizinho a Bombinhas, chamada “Praia do Estaleiro”. A uns 6 km do centro da cidade, é um verdadeiro refúgio selvagem (temos que considerar que era quarta-feira de cinzas, rsrs). Alguns passeios de barco também levam turistas até lá. Não sei nas baixas temporadas. Há uma pousada na beira desta praia, com chalés que me pareceram fantásticos, com dois pavimentos, churrasqueira e vistas privilegiadas da praia. Há também um barzinho na beira da praia, que talvez seja do próprio hotel, não sei. Ao menos garantiu a cerveja gelada e o tira-gosto. Apesar de que os pastéis de camarão que pedimos estava completamente sem graça…

Praia do Estaleiro - Porto Belo, SC

Praia do Estaleiro – Porto Belo, SC

Neste mesmo dia, à noite, preparamos na casa de meu irmão uns mexilhões frescos inesquecíveis. Só na água e sal. Temperos básicos na hora de comê-los: limão, sal e pimenta-do-reino moída na hora. Nunca comi mexilhão igual. Os comprados nas feiras são todos despedaçados, não tem nem comparação. E o melhor de tudo, baratíssimos! 7kg dos mariscos custaram a bagatela de 21 reais!!!

Mexilhões frescos

Mexilhões frescos

Dia seguinte, já pós-carnaval, quinta-feira, seguimos para Florianópolis. Ano passado estive lá (veja o post que escrevi ano passado aqui). Mas não conheci na ocasião as praias do norte da ilha. Fui dessa vez com esta intenção. Me hospedei no Hotel Sonho Meu, em Canasvieiras, uma das praias do norte. O hotel é bem localizado e o quarto é satisfatório (cama de casal mais uma de solteiro), mas achei estranho o frigobar vazio. Tem piscina e um bom café da manhã. Chegamos cansados nesse dia e só caminhamos pelas redondezas, que aliás, possui um comércio bom e muitas opções de bares e restaurantes.

Praia do Santinho (à esq) e Praia Brava, em Florianópolis

Praia do Santinho (à esq) e Praia Brava, em Florianópolis

Na sexta-feira fizemos um tour por todas as praias, incluindo: Santinho (linda!), Ingleses, Brava (muito bonita!), Lagoinha do Norte (ótima para banho), Jurerê, Jurerê Internacional (o que são aquelas mansões, meu Deus?!!) e a mais selvagem de todas, Daniela, com águas bem calmas, já no início do mar de dentro. Este tour fizemos de carro, super tranquilo, mas começamos cedo, pra dar tempo de vermos tudo.

Praias de Jurerê Internacional (à esq.) e Daniela, em Florianópolis

Praias de Jurerê Internacional (à esq.) e Daniela, em Florianópolis

Como já era hora do almoço, seguimos uma recomendação do meu irmão, e fomos até Sambaqui (mar de dentro), onde há um pólo gastronômico. Muitos bares e restaurantes de frutos-do-mar. Ficamos no Delícias do Mar, onde comemos ostras (a gente não cansava! haha, mas essas eram bem pequenas) e pastéis de berbigão, pequeno marisco local. De principal, comemos um bom camarão à moda tropical, com frutas em conserva (abacaxi, pêssego, figo). Muito bem servido, dá pra quatro fácil. O restaurante tem mesas na orla, para quem prefere algo mais informal, para beliscar e tomar umas cervejas. Há muitos outros restaurantes na região, alguns mais sofisticados, inclusive.

Sambaqui, restaurante Delícias do Mar, ostras, pastel de berbigão e camarão tropical

Sambaqui, restaurante Delícias do Mar, ostras, pastel de berbigão e camarão tropical

Se você ainda não leu a primeira e segunda partes dessa viagem, clique nos links: Carnaval em Santa Catarina Parte 1 e Carnaval em Santa Catarina Parte 2

Agora estou na expectativa da minha viagem para Recife. Dia 28 deste mês estou partindo para 5 dias de puro deleite gastronômico. Casa de mãe sabe como é né… mas quem vai cozinhar sou eu!!

Carnaval 2015 em Santa Catarina – Parte 1

Praia de Bombas - SC

Praia de Bombas – SC

Ano passado passei o carnaval em Joinville e visitei, na ocasião, a praia e a região de Bombinhas, que fica a 130km de distância, e pela qual me apaixonei. Ainda no ano passado, meu irmão e cunhada que moravam em Joinville se mudaram para Bombas (praia vizinha a Bombinhas). Daí resolvi este ano unir o útil ao agradável: visitá-los e “curtir o carnaval” por lá outra vez, para explorar com mais calma a região. E não me arrependi!

No domingo de carnaval, como o tempo não estava lá muito católico, me limitei a fazer uma boa caminhada na praia de Bombas em companhia de meu marido, e depois zarpamos direto para a Casa da Lagosta, em Bombinhas. Restaurante bem localizado, na beira da praia, varanda grande ao ar livre. Escolhemos uma mesa mais interna com vistão pro mar pedimos uma cerveja gelada e, ato contínuo, solicitamos uma porção de ostras. Infelizmente, não tivemos muita sorte. Estavam grandes, mas sem sabor. Tivemos a impressão nítida de que não eram frescas e sim congeladas, apesar de terem nos dito que estavam frescas. Algumas delas inclusive estavam com um gosto meio estranho. Ficamos até com receio de comê-las… mas na foto, nem parece.

Ostras do Casa da Lagosta, Bombinhas - SC

Ostras do Casa da Lagosta, Bombinhas – SC

Mesmo depois da experiência negativa com as ostras, arriscamos pedir uma moqueca baiana de camarão, no leite de coco e azeite de dendê. Acompanhava um pirão, arroz de banana com castanhas (excelente!), batatas calabresas douradas e farofa de dendê. Este prato sim, estava simplesmente delicioso. E muuuito bem servido. Daria para 4 pessoas fácil! Terminei levando uma quentinha para casa que virou almoço no dia seguinte, rsrsrs.

Moqueca de Camarão do Casa da Lagosta

Moqueca de Camarão do Casa da Lagosta

Depois, para fazermos a digestão, fomos conhecer a Praia de 4 Ilhas. Caminhamos até o canto direito, onde descobrimos que havia uma trilha. Resolvemos seguir a indicação das plaquinhas e ficamos encantados com as belas vistas ao longo do caminho. Num determinado trecho você pode avistar também a Praia de Mariscal e da Conceição, além da própria Praia de 4 Ilhas, que você vê de cima, numa visão completa. E é uma caminhada leve, que pode ser feita em 30 minutos. Super recomendo.

Trilha da Praia de 4 Ilhas, Bombinhas - SC

Trilha da Praia de 4 Ilhas, Bombinhas – SC

À noite desse mesmo dia, meu irmão e esposa prepararam lulas bem fresquinhas pra gente. Fizeram no alho e óleo (com azeite, claro) e de uma maneira que eu não conhecia, pois as lulas iam inteiras para a panela (só foram limpas e lavadas por fora). Ficou uma maravilha!!!

Lulas ao alho e óleo

Lulas ao alho e óleo

Próximo post (leia aqui), vou contar a minha experiência em dois dos melhores restaurantes de Bombinhas! Um bem tradicional e outro contemporâneo, não percam!

Viagem à Amazônia – Parte 2

Chegamos em Novo Airão na quinta-feira, dia 20/11, cidade à beira do Rio Negro, a 180 km de Manaus, quase 22h da noite. Exaustos. Havíamos reservado um quarto na Pousada Tarântula. Achei que o nome era apenas uma homenagem às temíveis aranhas caranguejeiras, mas ao entrarmos em nosso quarto, demos de cara com uma exemplar da espécie na parede, acima da nossa cama!!! Quase vou embora, rsrsrs. Mas depois de chamar Sr. Moacir, o simpaticíssimo dono da pousada, para retirá-la de lá, e ter a garantia dele que não haveria mais nenhum perigo, que era só aquela, que deveria ter entrado por debaixo da porta, e depois de eu ter revisado cuidadosamente cada canto do quarto, resolvi ficar. E não me arrependi.

Minha varanda na Pousada Tarântula, em Novo Airão

Minha varanda na Pousada Tarântula, em Novo Airão

Combinamos com Reco, um barqueiro, às 9h do dia seguinte para um passeio até o segundo maior arquipélago fluvial do mundo, no Parque Nacional de Anavilhanas, com cerca de 400 ilhas, num trecho do Rio Negro. Tomamos um café reforçado na Pousada, com direito a ovos mexidos, pães, queijo, presunto, frutas diversas, cará roxo, banana frita, tapioca com queijo, suco, leite e café. Ele chegou na hora combinada, passamos primeiro num supermercado para comprar cerveja, refrigerante e castanhas de caju e pegamos a nossa “voadeira” (tipo de embarcação) rumo às Anavilhanas.

Voadeira do Reco, na qual fizemos o passeio até o arquipélago de Anavilhanas

Voadeira do Reco, na qual fizemos o passeio até o arquipélago de Anavilhanas

Nosso tour durou ao todo 3 horas, que passou muito rápido! O dia estava bonito, com sol (demos muita sorte!) e o passeio é lindo demais! As ilhas são muito arborizadas. As imagens do céu e das árvores refletidas na água é indescritível…

Duas das centenas de ilhas do Arquipélago de Anavilhanas

Duas das centenas de ilhas do Arquipélago de Anavilhanas

Fizemos uma parada estratégica na Praia do Sobrado, numa das ilhas. Tomamos um delicioso e morno banho no rio e exploramos um pouco a praia. O silêncio do lugar zumbia em nossos ouvidos. Maravilhosa a sensação.

Praia do Sobrado, numa das ilhas fluviais de Anavilhanas

Praia do Sobrado, numa das ilhas fluviais de Anavilhanas

Depois seguimos no barco, por entre as ilhas, para contemplarmos a natureza. Só o barulho do motor. Vimos alguns botos novamente. Uma arara vermelha num galho de árvore. Igarapés.

Paisagem num igarapé que exploramos no Rio Negro

Paisagem num igarapé que exploramos no Rio Negro

De volta a Novo Airão, almoçamos no restaurante Sabor do Sul que, segundo nosso guia era o melhor da cidade. Fica na rua principal. Sem ar condicionado… :/. Se fosse pleno verão, não iríamos suportar. Sentamos numa mesa de frente para o ventilador. Pedimos um Tucunaré frito, para duas pessoas. Veio uma porção farta de peixe, muito saboroso. Acompanhado de baião de dois (arroz com feijão fradinho) e um molho vinagrete, tradicional. Não pedi uma cerveja pra acompanhar porque iria esquentar em 10 segundos, rsrsrs. Ao solicitarmos o cardápio de sobremesas, a garçonete nos alertou que não trabalhavam com doces… :(.

Tucunaré frito com baião de dois e vinagrete no Sabor do Sul

Tucunaré frito com baião de dois e vinagrete no Sabor do Sul

O Reco (barqueiro e taxista tb) foi nos buscar no restaurante e nos levou para tomarmos um sorvete na praça principal da cidade (só deve ter esta mesmo…). Pedi uma bola de açaí e outra de cupuaçu, duas frutas típicas da região norte. Deliciosos. A sorveteria tinha ar condicionado para nosso alívio!

Sorvete de açaí e cupuaçu

Sorvete de açaí e cupuaçu

De volta à pousada, fomos curtir um pouco a piscina, rodeada de pés de mamão, abacaxi, maracujá, caju… Uma delícia.

Pousada Tarântula, Novo Airão, AM

Pousada Tarântula, Novo Airão, AM (Abaixo, à direita: flor de maracujá)

À noite, uma aventura completamente inusitada: fomos ver o Sr. Moacir alimentar algumas tarântulas, moradoras fixas das palmeiras que ficam dentro da pousada.

Tarântula se alimenta de um grilo oferecido pelo Sr. Moacir

Tarântula se alimenta de um grilo oferecido pelo Sr. Moacir

Percebi que só podiam ser de estimação, pois elas pareciam já estar esperando o jantar e ele vibrava sempre que elas conseguiam “abocanhar” os pobres dos gafanhotos vivos (e enormes!) que ele colocava delicadamente na frente da aranha. Elas os agarravam rapidamente, com suas garras injetavam seu veneno e em poucos segundos, talvez um minuto, já estavam paralisados e indefesos… Até conseguir comê-los, elas iriam demorar horas, ou dias, ele nos explicou.

As tarântulas atingem até 25cm de comprimento (as que vimos tinham por volta de 12 ou 15cm) e não são perigosas para os seres humanos, suas toxinas não nos fazem mal (apenas provocam dor). Muitas pessoas as possuem como animais de estimação. Vivem de forma solitária, até uns 25 anos. Comem pequenos animais e até pássaros, e muitas vezes, se comportam como canibais! Vivendo e aprendendo…

Pedimos uma pizza depois disso, conversamos muito com o casal anfitrião (Moacir e Auxiliadora, ou Dorinha), e fomos dormir. Claro que precisei tomar um calmante, pois não consegui pregar o olho depois de presenciar toda aquela selvageria!! rsrsrs.

No próximo post, contarei nossas experiências em dois bons restaurantes de Manaus.