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Região do Beaujolais – França

Região próxima a Oingt

No nosso primeiro final de semana em Lyon, decidimos alugar um carro e explorar a região vinícola da Borgonha, mais especificamente na área mais ao sul, onde são produzidos os famosos vinhos Beaujolais (feitos com a uva Gamay). O plano era subir o Rio Saône até próximo à Mâcon, onde pernoitaríamos em um mini “château”, comandado por um casal, onde ela é a Chef de cozinha e ele faz o papel de anfitrião e cuida da propriedade. Foi um final de semana realmente memorável, que conto agora.

No sábado logo cedo, alugamos um carro na Sixt, dentro da Gare Part-Dieu (a estação de trem de Lyon). Pegamos inicialmente uma estrada principal, mas assim que nos aproximamos das vinícolas, escolhemos as estradas secundárias, beeeeem secundárias mesmo, rsrs, a ponto de quase nos perdermos algumas vezes. Primeira parada foi na cidade graciosíssima de Oingt (difícil foi saber como pronunciar esse nome, pois nem mesmo os franceses se entenderam, hahaha). Vilinha medieval e extremamente bem conservada. Está entre as mais belas aldeias da França. Se situa no alto de uma colina, numa região rodeada de montanhas e plantações de uva. Super fotogênica.

Oingt – a vila estava deserta

Oingt de vários ângulos

Parreiras aos pés de Oingt

Depois seguimos até Villefranche-sur-Saône, muito maior que a primeira, porém menos graciosa. Andamos toda a rua principal, abarrotada de lojas, bares e restaurantes. Quando bateu a fome, elegemos a Brasserie La Chapelle, que achei simpática. O prédio era bonitinho, o ambiente aconchegante. A comida foi bem honesta, a garçonete um amor (eficiente e simpática). Escolhemos o “menu du jour”: bife (contra-filé, tava macio) com fritas e salada e sobremesa a sua escolha. A minha foi uma espécie de “pavê” de morangos, em taça, com biscoito, creme e chantilly. Chamava-se “Frisier”. Cláudio preferiu o clássico “crème brulée”. Ambas estavam ótimas. Tomei chopp Leff (ótimo!) e vinho Beaujolais Village. Conta honesta de 42 euros.

Villefranche-sur-Saône

Brasserie la Chapelle

A partir daí passamos em várias pequenas vilas de produção de vinhos, tais como: Vaux-en-Beaujolais, Beaujeau, Lantignié, Morgon e Villié-Morgon, Chiroubles, Fleurie. Nestas duas últimas, paramos para degustar vinhos. Em Chiroubles não curtimos muito, experimentamos um espumante e dois tintos diferentes. Seguimos então até Fleurie. Fizemos uma degustação maravilhosa com 7 vinhos diferentes! Inicialmente subimos uma montanha até uma pequena igreja de onde se tinha uma linda vista da pequena vila. Na descida, entramos na vinícola chamada Domaine de La Madone, e um rapaz muito simpático nos convenceu a degustar todos esses vinhos. Terminamos comprando uma garrafa do vinho que achamos mais saboroso, por 12 euros.

Fleurie

Passamos depois pelo Château de Corcelles, mas só tiramos fotos do lado de fora, muito bonito, rodeado de parreirais. Pelo que pudemos ver, ele realiza eventos no local, tipo casamentos e festas.

Château de Corcelles

Por fim chegamos em nossa pousada, “Les Clos de Flacé“. Muito queridos os proprietários. Ficaram felizes de saber que éramos brasileiros. Eles já tinham vindo ao Brasil e haviam adorado. O quarto que nos deram era ótimo, com duas camas de casal e um banheiro com varanda (uma novidade pra mim, rsrsrs). Tudo arrumadinho e de bom gosto. Pegamos com eles uma dica de supermercado próximo (um Carrefour fantástico) e trouxemos para o hotel o nosso “jantar”, pois não havíamos avisado antes e o hotel já estava com um jantar reservado para outros hóspedes que estavam lá aquela noite. Fizemos nossa refeição no jardim da pousada, com um gatinho de olhar pidão nos fazendo companhia. Consistiu em baguete, queijo local Saint Marcellin (muito bom!!) e “bloc de foie gras”. Para nós, tudo divino. Tomamos o vinho que havíamos comprado na vinícola de Fleurie.

Les Clos de Flacé – estada deliciosa

Dia seguinte (domingo) seguimos cedo primeiramente para conhecer as ruínas de uma antiga abadia: Abbaye de Cluny. Sugestão do nosso casal anfitrião. Valeu a pena, mas o que resta da Abadia é muito pouco, ficamos um pouquinho frustrados. Ela foi praticamente toda destruída. Ainda demos uma pequena caminhada pelo centrinho da cidade e até comprei uma faca do tipo canivete da Opinel, uma marca tradicional de cutelaria francesa. Ela foi super útil pra mim em Lyon, pois as facas que tinham em nosso apartamento não eram lá muito católicas…

Abbaye de Cluny

Centrinho de Cluny

Seguimos então para Bourg-en-Bresse, que eu queria de todo jeito almoçar, por causa da sua tão falada “Poulet de Bresse“, uma galinha especialíssima, com selo AOC (Appellation d’Origine Contrôlée), do tipo caipira (ou capoeira), ou seja, criada solta, livre de hormônios e etc. Pelas informações que li, elas só comem minhoca e … leite!!!! 😀 😀 😀

Difícil foi conseguir uma vaga em algum restaurante, pois estavam todos lotados. Depois descobrimos que eles estavam comemorando o dia das mães naquele domingo (era o último do mês de maio). Felizmente encontramos uma mesa no Restaurante L’Abbaye, em frente a uma linda Abadia, ou Monastério. Sentamos na área externa do restaurante, um grande jardim super arborizado. Ficamos embaixo das copas das árvores, que estavam verdíssimas. Deu um clima legal. Pedimos então o afamado “Poulet de Bresse” que acompanha batatas fritas e salada básica. Eu particularmente achei muuuito bom! A carne da galinha era super macia mesmo, eu diria cremosa, se desmanchava na boca. Nunca comi igual. Ela vem até com um selo em metal, pra que o cliente tenha certeza de que é verdadeira. Existe um controle muito grande dos produtores que são autorizados a produzi-las e comercializá-las. Eles têm que seguir regras rígidas. O mesmo que acontece com os vinhos DOC (Denominação de Origem Controlada) em Portugal.

Monastério em Bourg-en-Bresse e a Poulet de Bresse

Por fim, fomos à Perouges. Uma pérola medieval que fica a apenas 40km de Lyon. O único porém é justamente o fato dela ser muito turística, visto sua proximidade com Lyon. Obviamente que é imperdível, como são tantas outras pequenas vilas altamente turísticas da Europa, a exemplo de Óbidos em Portugal, Bruges na Bélgica ou Siena na Itália. Todas são maravilhosas. Pérouges é bem pequena e preservada. Suas ruas são de pedra, carros não entram. Muito fotogênica. Existem lá famosas “galettes” que não são os crepes de trigo sarraceno, mas uma espécie de pizza. Tem doce e salgada. Pedi a “galette pralinée” pra experimentar, feita com um creme de amêndoas cor-de-rosa (depois vou falar em detalhes desse creme, que foi uma doce e incrível descoberta que fiz em Lyon, muito melhor que esta que comi aqui em Pérouges).

Pérouges – vila medieval a 40km de Lyon

Pracinha central em Pérouges

Voltamos para “nossa casa” exaustos, após largarmos o carro na Gare. Dia seguinte era dia de branco, tínhamos que dormir cedo. Dia de branco na França é très chic não?! hehehe. Em breve tem mais!!! Au revoir!!!

 

 

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Vinícola Ravanello – Gramado/RS

Vinícola Ravanello em Gramado

Vinícola Ravanello em Gramado

Ir a Serra Gaúcha e não visitar ao menos uma vinícola é deixar sua viagem incompleta. Fomos (eu, meu marido e meus sogros) passar o feriadão de 07 de setembro em Gramado e entre outros programas, optamos por conhecer a Vinícola Ravanello, próxima a Gramado, cujo tour é guiado pelo próprio dono, o que faz uma grande diferença! O ideal mesmo, teria sido passar pelo menos dois dias no Vale dos Vinhedos, conhecendo as principais vinícolas da região, mas vai ficar para a próxima oportunidade…

No princípio do tour, ele nos mostra um pouco da propriedade, adquirida em 1987, mas que só começou a produzir vinhos muitos anos depois, em 2010. Há plantações de diversas frutas lá, além de ervas e verduras, como alcachofras, azeitonas, alecrim, manjericão, morangos, maçãs e outras.

Plantação de alcachofras, um arbusto de manjericão e oilveira na Ravanello

Plantação de alcachofras, um arbusto de manjericão e oilveira na Ravanello

Depois ele nos levou até seus vinhedos, todos organizados por tipo de uva (há tintas e brancas). Ele próprio e seus técnicos acompanham todos os processos da produção, desde o plantio, colheita das uvas, fermentação até o engarrafamento. Quando as uvas estão no ponto certo de maturação, são transportadas até a vinícola, desengaçadas, esmagadas e colocadas em tanques de fermentação de aço inox que possuem sistema de controle de temperatura. Alguns dos vinhos ainda vão para barricas de carvalho francesas. Ele possui um laboratório dentro da vinícola, onde os especialistas ficam controlando os tempos ideais de fermentação e de repouso nas barricas.

O Ravanello nos apresenta seus vinhedos, tanques de inox para fermentação e barricas de carvalho onde repousam os vinhos

O Ravanello nos apresenta seus vinhedos, tanques de inox para fermentação e barricas de carvalho onde repousam os vinhos

Garrafas de espumantes ficam inclinadas para sofrerem a rémuage

Garrafas de espumantes ficam inclinadas para sofrerem a rémuage

Seus espumantes são fabricados utilizando-se o método “champenoise”, em que os vinhos saem dos tanques e vão sofrer uma segunda fermentação dentro da própria garrafa, para que o gás carbônico fique “preso” formando as necessárias borbulhas. Neste período, as garrafas ficam inclinadas para baixo, sofrendo rotação diária, processo chamado de “rémuage”, para que os sedimentos do vinho desçam aos poucos até o gargalo da garrafa. Posteriormente os sedimentos são retirados e os espumantes recebem um “licor de expedição”, que repõe um certo teor de açúcar, dependendo de que tipo de espumante que se quer. Nós degustamos um “brut”, que tem muito pouco açúcar. Estava delicioso, mas eu sou suspeita… apaixonada por espumantes bruts!!

Degustamos alguns de seus tintos também, entre eles se destacou o vinho produzido com a uva “Teroldego”, que eu nunca tinha ouvido falar. Segundo informações que encontrei na internet, ela é oriunda e ainda cultivada em regiões italianas, justamente de onde saíram os imigrantes que vieram para o Brasil no final do século 19. Gostei tanto do vinho que comprei uma garrafa para tomar aqui no Rio, em alguma ocasião especial.

Eu e Ravanello, na loja de vinhos da Vinícola e seu vinho emblemático, Teroldego 2012

Eu e Ravanello, na loja de vinhos da vinícola e seu vinho Teroldego 2012

Ravanello ainda tem um “Espaço Gourmet” em sua vinícola, para eventos diversos, que inclui uma cozinha super bem estruturada e moderna. Ao final do tour, posou para uma foto comigo, na loja onde expõe os vinhos que produz. E conversa vai, conversa vem, começamos a falar de restaurantes em Gramado. Ele então nos indicou o Malbec (tinha que ser um com nome de uva, kkk), que servia um carneiro maravilhoso. Eu não podia desprezar a indicação de um enólogo (e enófilo), então corremos para o tal restaurante. Pedimos a paleta, que vem acompanhada de legumes grelhados (batata, abóbora e abobrinha), farofa e alguns molhos. Muuuuuito boa!! Recomendo!!

Restaurante Malbec em Gramado. Recomendo a paleta de cordeiro!

Restaurante Malbec em Gramado. Recomendo a paleta de cordeiro!

Leia outras dicas e sugestões de passeios em Gramado, nos links abaixo:

Gramado-Parte 1 (hotel que ficamos e dicas de Canela)

Gramado-Parte 2 (passeio de Maria Fumaça e restaurante em Bento Gonçalves)

Restaurante Bouquet Garni em Gramado (crítica completa!)

Napa Valley – Califórnia

Plantação de uvas em Napa Valley

Plantação de uvas em Napa Valley

Napa Valley é uma região vinícola situada ao norte da Califórnia, próxima a São Francisco. O clima e a geologia da região (cercada de montanhas) é propício para o plantio de uvas, principalmente dos tipos “chardonnay”, “pinot noir”, “cabernet sauvignon” e “zinfandel”, entre outras. Em 1976 a região ficou mundialmente conhecida devido ao famoso “Julgamento de Paris”. Na ocasião, um comerciante inglês, que possuía uma loja de vinhos em Paris, organizou uma degustação feita “às cegas”, entre vinhos franceses e californianos, escolhendo a dedo, para serem os jurados, os mais renomados degustadores de vinhos que havia na França. Escolheu também, para a competição, vinhos franceses de renome, como por exemplo o “Château Mouton-Rothschild”. Na competição, foram selecionados vinhos tintos e vinhos brancos,

"Tiger Prawns" - prato tailandês

“Tiger Prawns” – prato tailandês

julgados separadamente. Para a surpresa de todos, eis que os vinhos vencedores foram, em ambos os casos (tinto e branco), californianos!!! O branco vencedor foi o Chateau Montelena Chardonnay 1973, e o tinto foi o Stag’s Leap Wine Cellars Cabernet Sauvignon 1973. Este evento deu um grande impulso à indústria vinícola da região de Napa e abriu as portas para os vinhos do Novo Mundo.

Chegamos em Napa no final da tarde, fomos direto para nosso hotel (Blackbird Inn), que por sinal era muito simpático e aconchegante. Atendimento familiar. Dava para ir a pé até a rua dos restaurantes e hotéis (Main Street). Adivinhem para quem sobrou a tarefa de escolher um restaurante para jantarmos??!! Euzinha, rsrs. Escolhi um tailandês, porque adoro comida tailandesa, chamava-se “Mango on Main – Bangkok Street Food“. O simpático dono, que era natural de Bangkok, nos sugeriu os “tiger prawns”: camarões grandes com molho agridoce feito com chili (pimenta), curry, castanhas e alguns legumes. Estava excelente. Pedimos uma taça de vinho californiano “cabernet sauvignon” para acompanhar. De sobremesa, um excelente crème brûlée de gengibre, interessante não?!! 😛 Estava incrível. Custo: $66,00, já com a gorjeta!

Crème brûlée de gengibre

Crème brûlée de gengibre

Dia seguinte tiramos o dia inteiro para explorar as vinícolas do Napa Valley, cruzando diversas cidadezinhas, repletas de lojas de vinhos e bons restaurantes, tais como Yountville, Oakville, Santa Helena e Calistoga. Nossa primeira parada foi na vinícola Robert Mondavi, em Oakville.

Vinícola do Robert Mondavi em Oakville - Califórnia

Vinícola do Robert Mondavi em Oakville – Califórnia

Falar em Napa Valley é falar em Robert Mondavi, um dos mais importantes viticultores da região. Ele foi responsável pelas inovações que levaram os EUA a entrarem no mapa das grandes regiões vinícolas do mundo, elevando a qualidade dos vinhos produzidos ali. Fizemos o tour em sua vinícola para conhecermos de perto as suas instalações e achei muito instrutivo, bem organizado, e de muito boa a qualidade dos vinhos servidos. A lojinha deles, ao final do tour, é maravilhosa!

Barris de vinhos tintos da Robert Mondavi Winery e vinhos degustados no tour

Barris de vinhos tintos da Robert Mondavi Winery e vinhos degustados no tour

Depois visitamos a Château Montelena, a vinícola que produziu o chardonnay que venceu o julgamento de Paris, em 1976. Lá não havia tour, apenas degustação. Experimentamos uma sequência de 5 vinhos, todos maravilhosos, inclusive o Chardonnay. Mas o maior destaque ficou por conta do Cabernet Sauvignon Montelena State 2011. Só para se ter uma ideia, o preço da garrafa estava em $150… Só numa degustação dessas eu teria oportunidade de experimentar um vinho desse calibre, hehehe. Ah! Achei linda a fachada da vinícola!

Château Montelena e os vinhos que degustamos, o cabernet sauvignon

Château Montelena e alguns dos vinhos que degustamos

Passamos ainda por mais duas regiões próximas, a Russian River Valley e a Sonoma Valley, todas lindas e com excelentes vinícolas. Acreditem, mas ainda tivemos estômago para mais uma degustação na DeLoach Vineyards onde, de quebra, compramos um “pinot noir”. Ele está bem guardado em minha adega esperando por uma ocasião muito especial para ser aberto… 😉

Vinhos degustados na DeLoach Vineyards, Russian River Valley - Califórnia

Vinhos degustados na DeLoach Vineyards, Russian River Valley – Califórnia

Caso queiram ver o primeiro post que fiz sobre esta viagem à Califórnia, entrem no link abaixo:

Yosemite Park – Califórnia

Um dia muito especial

Quando decidi viajar pra Portugal para conhecer a Cidade do Porto em outubro passado, já incluí nos meus planos a ida até o Douro, onde tive ótimas experiências, conforme post anterior. E imaginei conhecer algumas das vinícolas encravadas naquelas montanhas, mas nunca pensei que iria ter um dia tão incrível como o que tive na Quinta do Crasto.

Piscina infinita na Quinta do Crasto

Piscina infinita na Quinta do Crasto

Em frente a vinícola Sandeman, no Douro

Em frente a vinícola Sandeman, no Douro

No dia que chegamos ao Douro, já no hotel, eu pedi a um funcionário da recepção que marcasse uma visita na Quinta do Crasto para o dia seguinte (o único dia que teríamos disponível lá). Ele falou que tentaria, mas suas tentativas foram frustradas e só soubemos disso à noite. No dia seguinte bem cedo, escrevemos um email pra lá, solicitando que fosse agendada a visita. Até a hora que saímos do hotel, nenhuma resposta…

Fomos à Sandeman, onde visitamos as instalações (vazias, pois a temporada de colheita das uvas já havia terminado, infelizmente) fizemos ótima degustação, harmonizada com trufas feitas pela própria empresa e saímos de lá com a intenção de almoçarmos e seguirmos para a Quinta do Crasto sem saber ao certo se conseguiríamos fazer o tour. 

Arriscamos. Ao chegarmos lá, qual não foi nossa surpresa quando vimos um imenso caminhão carregado de uvas e funcionários que descarregavam as caixas, outros faziam uma seleção rápida e depois, os cachos iam sendo desengaçados e posteriormente triturados. Fomos até a “casa grande”, onde nos informaram que poderiam nos encaixar num grupo que só iria chegar dali a 1:30h.

Uvas sendo selecionadas na chegada à vinícola

Uvas sendo selecionadas na chegada à vinícola

Ficamos então passeando pela casa, visitamos a bela piscina no ponto mais alto, com vista pro rio Douro e depois fomos observar em detalhes o processo de seleção e desengace das uvas. Ficamos hipnotizados durante muito tempo, rsrs. E foi então que soubemos que aquele era o último dia de colheita da Quinta, e que haveria ali mais tarde uma grande festa para comemorar o sucesso da colheita.

O grupo não chegou para fazer o tour, o que obrigou a guia a fazer a visita apenas com a gente, o que foi ótimo!! Depois chegou outro casal que se juntou a nós. Daí conhecemos as instalações e vimos, finalmente, os tanques abarrotados de uvas fermentando, vimos a pisa “mecânica” (feita por máquinas) e conversamos com o enólogo. Foi muito interessante. 

Uvas nos lagares de fermentação

Uvas nos lagares de fermentação

O melhor vem agora. Ao final da visita, a guia nos levou até o terraço da “casa grande” onde sentamos em uma mesa e fomos sendo servidos dos vinhos secos, do branco aos tintos, do mais simples aos mais complexos. Os proprietários da vinícola estavam ali por perto, o movimento estava grande.

De repente, chegaram  todos os funcionários e uma delas entrou no terraço com um lindo ramalhete de flores e uvas para entregar aos patrões. Fez um breve discurso de agradecimento, recitou uma poesia linda (veja abaixo), e depois assistimos aos fogos, patrões e empregados, todos ali reunidos, festejando o sucesso da colheita… simplesmente encantador.

Funcionária entrega ramalhete aos proprietários

Funcionária entrega ramalhete aos proprietários

Pra terminar, disseram-nos que não era necessário pagar pelo tour, pois eles estavam em festa. Voltamos para o hotel extasiados, nos sentindo privilegiados…  E aí, ao chegarmos no hotel, vimos finalmente a resposta deles ao nosso e-mail da manhã pedindo para nos receber: “Desculpem, mas não será possível recebê-los no dia de hoje”. Ainda bem que só vimos depois…

Seleção de vinhos secos que tomamos na Quinta do Crasto

Mensagem dos funcionários aos patrões

Mensagem dos funcionários aos patrões

Curso Básico de Vinhos

Antes de mais nada, desculpem o sumiço, mas deu uma pane no computador aqui de casa. Ainda está em processo de restabelecimento, mas consegui acessar o blog hoje. Não sei quando vou estar aqui novamente, rsrsrsrs.

Bourgogne Blanc 2010 – Joseph Drouhin (França)

Mês passado, começei o curso básico da ABS-RJ (Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro) intitulado “Tradição, Conhecimento e Prática dos Vinhos” (7 aulas). Estou bastante interessada em aprofundar meus conhecimentos a respeito do vinho, bebida que tenho admirado de forma crescente de uns tempos pra cá, devido a sua grande diversidade e também por ser o melhor companheiro da boa comida. Comer um prato especial com uma boa taça de vinho, não tem preço, não é?! Claro, concordo que alguns pratos caem melhor com uma cerveja gelada, um sakê, ou uma caipirinha, mas a maioria pode ser harmonizada com o vinho adequado.

Villa Montes Cabernet Sauvignon 2009 (Chile)

Comecei a ler mais sobre vinhos de uns 5 anos pra cá e existem muitos livros maravilhosos (Larousse do Vinho, Champagne, Vinhos-Le Cordon Bleu, etc), além das revistas especializadas. Uma delas é a recém-nascida “Baco” (já tem 3 números), de leitura fácil e digesta. Gostei muito. Há muitas outras, como a Adega, Vinho Magazine, Gula, Prazeres da Mesa, etc.

Na primeira aula, recebemos uma introdução sobre a história do vinho no mundo, desde os primeiros registros da produção da bebida (em 6.000 a.C. dá pra acreditar??!!), até o panorama atual, com os principais países produtores e consumidores. Passamos pelo histórico dos vinhedos brasileiros e conhecemos os principais tipos de uva da família Vitis Vinifera (de melhor qualidade e que são utilizadas para fabricação de vinhos finos), como por exemplo as tintas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Pinot Noir, e as brancas Riesling, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Sémillon, etc… São milhares de tipos… e em cada lugar em que elas são plantadas, temos resultados diferentes, claro, pois tudo depende das condições climáticas (o famoso “terroir”), tecnologia utilizada, conhecimentos do enólogo responsável, tempo de envelhecimento do vinho, etc. São tantos os fatores que chego a pensar que nenhuma garrafa é igual a outra, nem mesmo se for da mesma vinícola, mesma uva e da mesma safra!

Espumante Chandon Reserve Brut – Brasil

Nas aulas subsequentes, estudamos todo o processo de vinificação, desde a chegada das uvas na cantina (local dentro da vinícola, onde são feitos os vinhos) até o engarrafamento. Vimos também como se elaboram os champagnes, espumantes e outros vinhos especiais, como o Porto, o Jerez, o Madeira… Estudamos a importância do envelhecimento nas barricas de carvalho, da correta conservação, e da harmonização, que tem toda uma fundamentação lógica e química… A aula final será sobre o “serviço do vinho”,  quando iremos aprender a servi-lo como manda o figurino.

Em todas as aulas há uma degustação no final, para começarmos a perceber as nuances de cor, aroma e sabor de cada vinho. Experimentamos brancos da França e da Argentina, tintos do Chile, da Austrália, da Argentina e Portugal, espumante do Brasil.

Agora siiiimmmm!!! Estou pronta pra começar a desvendar este maravilhoso mundo dos deuses do vinho, Baco e Dionísio (romano e grego, respectivamente). Darei muitas dicas aqui no blog! E receberei com prazer, dicas de vocês também!

Penedo Borges Malbec Reserva 2010 – Argentina

Shadow’s Run Fox Creek Shiraz Cabernet 2007 – Australia

Caldas Douro DOC 2009 – Portugal

 

 

 

Dia dos namorados

Não sei se é falta de inspiração, tempo, preguiça ou sei lá o quê, o fato é que estou sem escrever no blog desde o dia 08!!!

Hoje, por conta da Rio +20, estou aqui em casa de bobeira (ponto facultativo no município do Rio!). Primeiro fui às compras e terminei gastando muito mais do que devia. Não entendo isto, toda quinzena o valor da feira aumenta. E meu salário continua o mesmo há 6 anos, e nem há sinal de que a Dilma libere nosso reajuste para entrar no orçamento de 2013. Enfim, vou deixando a vida me levar, “vida leva eu”…

Enquanto isto na cozinha de Lu Hazin, as comidinhas vão surgindo assim do nada! sábado passado, para comemorar (bem atrasado) o dia dos namorados, resolvi organizar um fondue e convidei Dudu e Regina, casal de amigos, que já mencionei aqui. Para quem não se lembra, ele é também Chef de Cozinha. Combinamos um fondue completo: queijo, carne e chocolate. Um pecado!!

Fondue de queijo Président

Fondue de queijo Président

Eu e Cláudio havíamos comprado no Duty Free do Rio, na volta do México, dois fondues de queijo da Président, francês. Eu só fiz acrescentar um pouco de conhaque e queijo gruyére ralado. Servi com pão baguete dormido (ele fica mais firme). Achei delicioso. Meu filho Renan participou da comilança e só deixamos sobrar um restinho de nada! Para não disperdiçar, no dia seguinte fiz um macarrão com molho de queijo para os meus filhos.

Daí passamos para o melhor da noite. Dudu preparou uma batata muito saborosa, que não era rosti, mas era “tipo rosti”, segundo ele, rsrsrsrs. Recheada com cogumelos e bacon, gratinada com queijo parmesão por cima. Ainda trouxe um molho de pimenta com morango, chutney de manga, molho de mostarda e mostarda com mel. Eu preparei aqui em casa um pesto de manjericão com amêndoas, molho de alho e de cebola. Meu marido preparou o seu tradicional molho de damasco. Sim!! ele mesmo!! Não é surpreendente?! Qualquer dia, quem sabe, chego em casa e descubro que ele me preparou de surpresa um jantar romântico… fico só sonhando…

Fondue de carne com molhos diversos

Fondue de carne com molhos diversos

O fondue de carne (filé mignon) foi acompanhado de dois vinhos franceses, da Auguste Bessac, deliciosos, que o Dudu nos trouxe.

Por último, resolvi dar um bom final a uma barra de chocolate belga que eu havia comprado em Brugge, quando lá estive em outubro passado. Como assim, usar um chocolate belga para um fondue?!!! É que sou meio avessa a chocolates, acreditem se quiser. E para não deixar ele na minha gaveta do quarto estragando, melhor derretê-lo e comer com frutas. Só acrescentei um pouco de chocolate meio amargo Nestlé (nacional) para cortar um pouco o açúcar e claro, um pouco de conhaque também. Servi com abacaxi, morango, banana e uvas (vermelhas e verdes). E um vinho Moscatel de Setúbal. Café expresso pra finalizar. Só não tem a foto, me perdoem, já havia tomado vinho demais!!

O outro vinho francês que tomamos, Côtes du Rhône, delicioso.

Vinho francês que o Dudu trouxe. Muito bom!

Vinho francês que o Dudu trouxe. Muito bom!