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Colmar e Freiburg-im-Breisgau

Colmar, no coração da Alsácia

Colmar, no coração da Alsácia

Eu havia lido bastante sobre Colmar na internet, a mais linda das vilas floridas da Alsácia. Não achei a cidade mais bonita que vi naquela região, mas certamente, para quem vai até lá, a vila é obrigatória e um ótimo ponto de partida para percorrer a “rota dos vinhos da Alsácia”. É uma gracinha seu centro histórico e há um recanto gracioso, chamado de “Petite Venise”.

Como todas as outras cidades da Alsácia, esteve sob domínio alemão e foi a última a ser entregue à França, em 1945, depois da 2ª GM, após uma grande resistência das forças alemães. Fundada no século IX, é banhada pelo Rio Lauch. Nasceu aqui o famoso escultor Frédéric Auguste Bartholdi, o autor da Estátua da Liberdade que está em Nova York e que sabemos, foi um presente da França para os Estados Unidos, na comemoração dos seus 100 anos da independência.

Casa do Bertholdi, o autor da Estátua da Liberdade

Casa do Bartholdi, o autor da Estátua da Liberdade, no centro de Colmar

Decidimos almoçar no “Chez Hansi“, restaurante bem tradicional sugerido pelo Guia Michelin. Os escargots de entrada estavam deliciosos, depois pedi um “magret de canard” ao molho de poivre noir (pimenta preta) e tomamos um ótimo vinho Pinot Blanc, alsaciano. De sobremesa, preferi comer na rua, numa patisserie, uma perfeita tartelete de morangos.

Escargots do restaurante Hansi

Escargots do restaurante Hansi

Magret de Canard ao molho de pimenta "noir" do Hansi

Magret de Canard ao molho de pimenta “noir” do Hansi

Tartelete de morangos numa patisserie de Colmar

Tartelete de morangos numa patisserie de Colmar

Rua antiga com vala em Freiburg-im-Breisgau, Alemanha

Rua antiga com vala em Freiburg-im-Breisgau, Alemanha

Dia seguinte, cruzamos a fronteira e fomos até a cidade de Freiburg-im-Breisgau, na Alemanha, que possui uma bela catedral e uma curiosidade: suas ruas possuem estreitas valas, da época medieval, com água corrente (limpa!), que na época foram construídas para ajudar a escoar as águas das chuvas e ajudar no combate a incêndios. Nunca tinha visto, achei genial, mas imaginei bêbados tropeçando todas as noites nessas valas, rsrsrs.

Almoçamos no “Englers Weinkrügle”, com boa avaliação do Tripadvisor, onde comi uma ótima truta. De sobremesa escolhi um doce de amoras com sorvete de creme e chantilly… Meu marido pediu porco ao molho de pimenta com spätzle. Vinho ótimo. Tudo custou 55 euros (em torno de 175 reais), o que achei muito em conta, considerando o custo x benefício.

Restaurante Englers, no centro de Freiburg-im-Breisgau, Alemanha

Restaurante Englers, no centro de Freiburg-im-Breisgau, Alemanha

Não percam o próximo post! A viagem nem chegou na metade ainda, rsrsrsrs.

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Obernai e Ribeauvillé – Alsácia – França

"Place du Marchê", em Obernai

“Place du Marchê”, em Obernai

Como vocês verão, a Alsácia vai muito além da sua capital, Estrasburgo. Hoje dedico esse post às belas vilas de Obernai e Ribeauvillé. Ambas fazem parte da “rota das vilas floridas” (pequenas cidades que estão entre Estrasburgo e Colmar, cujas praças e janelas ficam repletas de flores na primavera), e também da “rota dos vinhos da Alsácia”. Eu estava ansiosíssima para ver aquelas janelinhas coloridas que encontrei na internet e nos guias de turismo. E eu estava em plena primavera! Mas foi uma frustração total. Não sei se por causa do frio que estava se estendendo demais, mas a verdade é que as flores ainda não haviam desabrochado… a maioria das janelas estava vazia… mas ainda assim, guardavam muito charme! Fiz uma coleção de fotos de janelas.

Algumas das poucas janelas floridas na Alsácia

Algumas das poucas janelas floridas na Alsácia

"Pain d'épices", em Obernai

“Pain d’épices”, em Obernai

Bastou caminharmos um pouco pelo centrinho de Obernai que eu já havia esquecido das flores, rsrsrs. Pegamos um mapinha nas Informações Turísticas e saímos fazendo o “tour a pé” sugerido nele. A “Place du Marchê” é sempre onde todos se encontram, onde está a prefeitura, os turistas, as lojinhas, os melhores restaurantes. Demos uma volta completa pelo centro até voltarmos ao ponto de partida. Passamos pela Église de St-Pierre e St-Paul, pelo que restava da antiga muralha da cidade, por lojas que vendiam todo tipo de souvenirs da Alsácia, inclusive os famosos “pains d’épices”, em forma de bonequinhos, casinhas, etc.

"La Grande Rue", em Ribeauvillé

“Grand Rue”, em Ribeauvillé

De lá seguimos para Ribeauvillé, ainda mais encantadora. Sua “Grand Rue”, compriiiiiida, era simplesmente deliciosa, repleta de casas medievais. O dia estava bonito, ensolarado. Um gato se espreguiçava na vitrine de uma loja, tomando sol. Haviam muitos turistas lá, atraídos principalmente pela grande oferta de vinhos, com lojas espalhadas por toda a cidade. Além dos excelentes restaurantes. Nós decidimos almoçar aqui neste dia e escolhemos uma brasserie chamada “Le Giersberg”. De entrada, uma quiche lorraine. Eu não poderia deixar de conhecer uma original! A Lorena (Lorraine) é a região vizinha da Alsácia e este quiche é bem tradicional por lá. Achei apenas que deveria ter sido servido mais quente…

"Quiche Lorraine", no "Le Biersberg", em Ribeauvillé

“Quiche Lorraine”, no “Le Giersberg”, em Ribeauvillé

Em compensação, nossos pratos principais estavam perfeitos: “entrecôte” (contra-filé) com molho de mostarda e batata rösti e um “magret de canard” (peito de pato) ao molho de laranja. A sobremesa que pedimos também era tradicional, uma espécie de bolinho chato de amêndoas com sorvete por cima, chantily e passas ao vinho. Acompanhamos a refeição com um riesling produzido no local. Aliás, esta uva (riesling) é originária mesmo da região da Alsácia e encontramos aqui (e também na Alemanha) os melhores vinhos do mundo produzidos com esta casta.

Entrecôte do "Le Biersberg", em Ribeauvillé

Entrecôte do “Le Giersberg”, em Ribeauvillé

"Magret de Canard" do "Le Biersberg", em Ribeauvillé

“Magret de Canard” do “Le Giersberg”, em Ribeauvillé

Sobremesa e vinho riesling que tomamos no "Le Giersbert" em Ribeauvillé

Sobremesa e vinho riesling que tomamos no “Le Giersbert” em Ribeauvillé

Daqui seguimos para Colmar, onde ficamos por 3 dias, explorando todo o entorno. Contarei mais detalhes no próximo post!!

Estrasburgo – Alsácia – França

Em 2009 fiz uma viagem para a França, mas naquela ocasião uma região ficou inexplorada: a Alsácia (Alsace). Região que faz fronteira com a Alemanha e Suíça. Este ano, não perdi a oportunidade de conhecê-la e não me arrependi!! Quase todas as cidadezinhas são aconchegantes, charmosas e com excelente gastronomia.

Catedral de Estrasburgo

Catedral de Estrasburgo

Entramos na Alsácia por sua capital, Estrasburgo (Strasbourg em francês), fronteira com a Alemanha. Uma cidade com menos de 300 mil habitantes, mas com uma história fascinante. Fundada em 12 A.C., possui uma catedral belíssima, finalizada em 1439. Foi a igreja mais alta do mundo até 1880 quando foi ultrapassada pela catedral de Colônia, outra magnífica igreja.

"Petite France", parte da cidade com casas pitorescas à beira do Reno

“Petite France”, parte da cidade com casas pitorescas à beira do Reno

Estrasburgo já foi francesa, depois alemã, depois francesa outra vez, mais uma vez alemã (na 2ª Guerra Mundial) e no final da guerra, voltou a ser francesa, finalmente. Daí sua gastronomia sofrer uma influência alemã tão forte. Aliás, é assim em toda a Alsácia. Lá, são tradicionais uns biscoitos amanteigados, que atraem milhares de turistas. Limitei-me a degustar unzinho em uma de suas famosas lojas de biscoitos. Para mim, nem chegou aos pés dos biscoitos amanteigados da Escócia! Tenho verdadeira paixão por eles…

Ficamos hospedados num Ibis da vida, afastado do centro da cidade, porém, a 100m do hotel, havia uma parada do “tramway”, um metrô de superfície que nos levava até o centro. Dessas facilidades fantásticas que encontramos na Europa…

"Tramway", metrô de superfície, em Estrasburgo

“Tramway”, metrô de superfície, em Estrasburgo

Neste primeiro dia, após visita à catedral (subimos sua torre, 330 degraus, 66 m de altura, tem que ter muito fôlego, mas vale a pena!) e uma boa caminhada por suas ruelas históricas, no entorno da igreja, resolvemos almoçar no Chez Ivonne, restaurante tradicional, ambiente bem pitoresco. Nos instalamos no primeiro andar da casa, pois estava praticamente lotado! Comi um “tranche de dos de porcelet farci” (fatia das costas de leitão recheado), e meu marido “quenelles de foie” (bolinhos de fígado), ambos acompanhados de batatas “sautées” e salada. São comidas bem típicas alsacianas, um pouco pesadas talvez, por causa da presença alemã, mas muito saborosas. Vinho branco local, delicioso, servido numa jarrinha de louça. Um charme!

"Tranche de dos de porcelet farci" - Chez Ivonne, Estrasburgo

“Tranche de dos de porcelet farci” – Chez Ivonne, Estrasburgo

"Quenelles de foie" - Chez Ivonne - Estrasburgo

“Quenelles de foie” – Chez Ivonne – Estrasburgo

Vinho branco alsaciano - Chez Ivonne - Estrasburgo

Vinho branco alsaciano – Chez Ivonne – Estrasburgo

Dia seguinte ainda perambulamos muito pela cidade, conhecemos a “Petite France”, pequeno trecho à beira do Rio Reno, cheio de casinhas com madeirame, e vários “bateaux” levando turistas pra cima e pra baixo. Num certo momento dei de cara com uma feira local, que não deixo nunca de explorar. Acho o máximo descobrir ingredientes que nunca vi.

Feira livre em Estrasburgo

Feira livre em Estrasburgo

Depois almoçamos num pequeno restaurante de “galettes”, que nada mais são que crepes feitos com trigo sarraceno, mais crocante e saboroso que o trigo tradicional. Pedi uma galette com recheio de presunto, queijo emental, ovo, cogumelos e cebolas caramelizadas. Excelente. E pedi pra beber o mesmo que todos estavam pedindo nas mesas do lado: cidra! Era especialidade da casa, que se chamava: “La Bolée… de Cidre”. Ainda comemos uma galette doce, com banana e nutella… hummmmmm.

"Galette" do "La Bolée..."

“Galette” do “La Bolée…”

Ainda há muito para falar da Alsácia, o que deixarei pra fazer nos próximos posts. Cidades lindas, pratos deliciosos, me aguardem!!!