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Playa del Carmen – México

Quase ninguém ouve falar no Brasil sobre Playa del Carmen. Eu mesma nunca tinha ouvido falar, antes de ler numa dessas revistas de Viagem e Turismo no ano passado.  Uma amiga que veio ao México antes de mim,  me falou que esta cidade era melhor pra ficar do que Cancún, a não ser que eu quisesse “agitação”.  Como eu gosto de conhecer “tudo”, resolvi ficar 4 noites em Cancún, 3 noites em Cozumel e 4 noites em Playa del Carmen. Ótima escolha. Nós não poderíamos ter deixado de passar por aqui. É realmente muito mais simpática e aconchegante do que a Zona Hoteleira de Cancún. Aqui há a deliciosa 5ª avenida, com seus diversos restaurantes (alguns bem barulhentos por sinal!), bares, pousadas, lojas de camisetas, artesanato mexicano, prata, boutiques finas, etc. É uma cidade bem viva, com turistas de todos os lugares, na maioria jovens. O mar não é tão azul e tão convidativo quanto o de Cancún, mas afinal, nem tudo pode ser perfeito.

5ª Avenida, em Playa del Carmen

5ª Avenida, em Playa del Carmen

Tive muito boas experiências gastronômicas aqui. Compensou as decepções anteriores. Logo que chegamos de Cozumel, nos dirigimos ao restaurante da nossa charmosinha pousada (La Tortuga)  e comemos um delicioso camarão. O meu era grelhado com alho, arroz e legumes e o de Claudio com molho de manga. Ambos estavam muito bem servidos, os camarões estavam graúdos e crocantes. E tinha o melhor tempero de todos: nossa fome!!

Camarão ao alho do Hotel La Tortuga

Camarão ao alho do Hotel La Tortuga

À noite, outra experiência muito boa: o Blue Lobster. Eu fui numa massa fresca, tipo fettuccine, com lagosta. Excelente! Não era enrolação do tipo “cadê a lagosta que eu pedi??”. Era lagosta de verdade, em quantidade e muito saborosa.  Claudio preferiu um camarão num molho que levava banana, abacaxi e passas.

Massa fresca com lagosta, do Blue Lobster

Massa fresca com lagosta, do Blue Lobster

Camarão com banana, abacaxi e passas, do Blue Lobster

Camarão com banana, abacaxi e passas, do Blue Lobster

Ontem também tivemos uma grata surpresa em outro restaurante, o The Glass Bar. De entrada, arriscamos um tartare de atum com abacate e tamarindo (juntamente com duas margaritas frozen de “fresa”). Não senti o sabor de tamarindo, nem do atum, praticamente. O abacate predominou, mas não estava ruim. O melhor foi o que pedimos depois: um peixe inteiro (pescado entero), no forno, com sal grosso. Disse o garçom que era um robalo. Estava ótimo! Chegou na mesa numa crosta dourada, que foi quebrada e depois retirado o filé, que nos foi servido no prato com alguns legumes ‘al dente’. O robalo estava com aquele sabor de peixe fresco. Só achei que faltou mais algum acompanhamento, um arroz ou uma batata, pois saí com vontade de comer mais um pouquinho…

Tartare de atum com abacate, do The Glass Bar

Tartare de atum com abacate, do The Glass Bar

 

"Pescado entero" no sal grosso, do The Glass Bar

“Pescado entero” no sal grosso, do The Glass Bar

Hoje é nossa última noite aqui no México. Não sei onde iremos jantar, mas que eu já estou sonhando com uma feijoadazinha que pretendo fazer no domingo, para saboreá-la ao lado dos meus filhos e amigos, aaaahhhh… aí não tem preço. E pra acompanhar, vou preparar umas margaritas pra mexicano nenhum botar defeito!

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Oaxaca – México

Oaxaca (se pronuncia Uarráca) tem seu charme. É uma cidade que guarda uma herança forte do período colonial. As ruas do seu centro histórico são de pedra e as casas são tipicamente dos séculos 16 e 17, com terraços internos, fontes, arcos, colunas. As fachadas são coloridas, as janelas grandes, com grades de ferro trabalhadas. Lembrou-me um pouco o casario de Olinda…

Rua do centro histórico de Oaxaca - México

Rua do centro histórico de Oaxaca – México

oaxacaA cidade tem origem na antiga civilização Zapoteca, oriunda dos Olmecas… que remetem a alguns séculos antes de Cristo… enfim…  o mais interessante de tudo é que a influência cultural adquirida dos espanhóis conquistadores se misturou às suas origens indígenas, resultando em uma cidade culturalmente rica, bem preservada e que guarda a identidade de seus antigos moradores, com seus dialetos próprios, festas e tradições folclóricas, crenças, costumes e, felizmente, a gastronomia.

No dia que chegamos em Oaxaca, almoçamos num restaurante super bem localizado no Zócalo, num primeiro andar, com vista para a praça principal e sua catedral. O nosso garçom também era muito simpático e nos sugeriu de entrada “Tacos fritos de picadillo”, que são tacos recheados de carne de porco picada com “mole negro” ou “mole poblano”, molho feito com um chili típico do local. Eu diria que é um sabor exótico e que vale a pena experimentar. Li numa reportagem que leva mais de 20 temperos diferentes, inclusive chocolate (!!!!!). Tem um sabor ao mesmo tempo picante, doce e salgado. De principal, nos recomendou o “Plato de La Casa – Tasajo, enmolada, chile relleno, frijoles en pasta, guacamole, queso y cebolla asados”, ou seja uma mistureba de iguarias locais. O queijo assado é muito parecido com nosso queijo coalho e os frijoles, parecem muito com o nosso ‘tutu de feijão’, patrimônio mineiro.

"Tacos fritos de picadillo"

“Tacos fritos de picadillo”

"Plato de la casa"

“Plato de la casa”

Durante uma excursão que fizemos, visitamos uma instalação familiar de fabricação de tapetes, onde nos foi mostrado como extraem cores diversas da natureza (flores, caules, frutas, etc) para tingir a lã, retirada dos carneiros e depois transformam em tapetes e caminhos de mesa de cores e estampas pra lá de variadas.

Artesãos exploram as “tintas” da natureza para tingir os tapetes em Oaxaca

Também há uma bebida local chamada Mezcal, fabricada a partir da Agave (ou Maguey, uma espécie de cacto), cuja técnica de produção é milenar, e que passa pelo cozimento dos bulbos da planta (parecem grandes abacaxis), fermentação e posterior destilação. E tudo é ainda feito de modo artesanal. É nesta bebida que encontramos o famoso “verme” no fundo da garrafa, comprovando que seu teor alcoólico é capaz de conservá-lo intacto. Só não dá pra encarar comê-lo no finalzinho… Aaaaarrrrrrrrrrrgh!!!!!! Mas degustamos diversos licores de fruta (morango, coco, pêssego, manga…) , feitos com o mezcal e terminei por comprar um de “guanabana”, que nada mais é do que nossa querida graviola.

O “Mezcal” produzido em Oaxaca a partir da Agave

O “Mezcal” produzido em Oaxaca a partir da Agave

Tive oportunidade também de experimentar uns doces, num buffet turístico que fomos no dia em que realizamos a excursão fora da cidade. Não sei se era porque era restaurante “beira de estrada”,  mas nada me chamou a atenção. As sobremesas dos cardápios dos restaurantes, de um modo geral, não me atraíram. Há alguns sorvetes caseiros, tomamos inclusive um de uma fruta local (esqueci de anotar o nome!). Outra sobremesa que agora me vem à lembrança foi a que pedimos em um restaurante de frutos do mar, ainda na Cidade do México (onde, aliás, comemos mariscos frescos em molho apimentado e polvo empanado), que nada mais era que uma grande panqueca recheada com cream cheese, e acompanhada de rodelas de banana carameladas. Meus filhos irão adorar essa ideia!

Tortilla recheada com cream cheese, bananas carameladas e sorvete de creme

Tortilla recheada com cream cheese, bananas carameladas e sorvete de creme

Sorvete de fruta típica de Oaxaca

Sorvete de fruta típica de Oaxaca

Meu voo ainda não saiu e nem parece que vai sair tão cedo, portanto… vou aproveitar para tomar mais uma “Corona”!!!!!

Na Cidade do México – Parte 1

Monumento a la Independencia - Paseo de La Reforma, Cidade do México

Monumento a la Independencia – Paseo de La Reforma, Cidade do México

Chegamos na Cidade do México no sábado passado,  depois de uma longa e cansativa viagem, fazendo escala no Panamá. Primeira curiosidade observada enquanto estávamos no taxi para o hotel: 99% das pessoas andam nos carros com os vidros abertos, apesar da poluição externa e do calor insuportável. Sim, faz muito calor aqui durante o dia, surpreendentemente, pois estamos há mais de 2.000 m de altitude. Esfria um pouco durante à noite, mas durante o dia, o calor é pior que o do Rio! Peguei logo uma sinusite, uma tosse, estou toda congestionada. Esta é uma das cidades mais poluídas do mundo, e a população está chegando aos 10 milhões…

Primeiro lugar que exploramos na cidade, foi o Paseo de La Reforma (uma grande avenida, bem imponente, com belos prédios) e a Zona Rosa, bairro que está cheio de bares e restaurantes, tudo muito próximo ao hotel Eurostars Suites Reforma, onde ficamos. Ele fica a uns 600m da estação de metrô “Insurgentes”, é bem localizado, tem um bom café da manhã e está próximo também de um pequeno shopping.

Margaritas mexicanas autênticas

Margaritas mexicanas autênticas

Minha primeira refeição foi num pequeno restaurante que vi na Internet (www.dondeir.com), chamado Fonda El Refugio. Bem pequenininho, mas super aconchegante e com um serviço muito simpático. Aliás, os serviços de restaurante aqui, de uma maneira geral, são bons. O garçom nos ofereceu logo uma “margarita”, que estava muito boa. E para acompanhar, pedimos dois “antojitos” (que são as entradas): guacamole e sopes (tigelinhas de massa de milho fritas, com recheios diversos). O guacamole veio como um purê, com coentro e cebola picada, acompanhado de nachos crocantes. Os molhos chili (sempre um vermelho, outro verde) vem à parte. O preparo é diferente do guacamole que costumo comer no Brasil, mas muito saboroso. Depois descobri que o abacate que eles usam pra guacamole é totalmente diferente do nosso, é pequeno e bem escuro. O nosso “é sem gosto” como disse um mexicano.

O “verdadeiro” guacamole mexicano, com nachos bem crocantes

O “verdadeiro” guacamole mexicano, com nachos bem crocantes

Nossas sopes vieram com frango desfiado e molho verde apimentado por cima (jalapeno). Estavam muito boas. E de principal eu comi um carneiro desfiado com uma salada de cacto (!!!!!). Eles comem muito esse troço! Eu havia lido sobre, mas custei a acreditar. No sertão brasileiro, damos ao gado. Experimentei e não gostei muito. Não tem muito gosto, na verdade. Comi o carneiro, que estava muito macio, enrolado nas tortilhas quentinhas (espécie de pão redondo, como o árabe, feito de farinha de milho) e os molhos de pimenta.

Carneiro desfiado com (argh!) cacto...

Carneiro desfiado com (argh!) cacto…

Mexicana prepara tortilhas na Casa de Las Sirenas

Mexicana prepara tortilhas na Casa de Las Sirenas

Dia seguinte, domingo, fomos para a área mais importante, que é o centro da cidade, chamado “Zócalo”. A praça é uma das maiores do mundo e a Catedral é a maior igreja da América Latina. Depois de visitarmos a Catedral e o Templo Mayor (ruínas de um templo construído pelos Astecas, nos séculos 14 e 15), fomos a outro restaurante indicado pelo site (e pelo meu guia da Folha de São Paulo), “La Casa de Las Sirenas” (A Casa das Sereias). Primeiro que o lugar era um charme, segundo que a comida e o serviço foram de primeira qualidade e terceiro, o preço foi fantástico!! (pagamos na faixa de R$ 150,00). Aliás, aqui no México estamos comendo bem, pela metade do preço dos restaurantes do Rio…

Então. Aceitei logo a sugestão do garçom de tomar uma margarita de manga. Que era aquilo??!!! Uma delíííícia. Sem exagero. Aliás, ela veio bem exagerada, enorme! Saí de lá “borracha”, rsrsrs.

Margarita de manga, com sal e chili na borda

Margarita de manga, com sal e chili na borda

Pedi um prato bem leve de almoço: trilogia de ceviches (camarão, polvo e peixe branco). Muitíssimo saboroso. Claudinho foi num pato com molho de tamarindo, que só pecou porque o pato estava bem passado, mas o molho estava excelente.

"Trilogia de Cebiches"

“Trilogia de Cebiches”

Pato ao molho de tamarindo e purê de abóbora

Pato ao molho de tamarindo e purê de abóbora

Tenho observado aqui no México uma imensa quantidade de barracas de comidas pelas ruas, seja em regiões mais populares, ou em áreas mais nobres, você vai andando e sentindo cheiros diversos, de carnes fritas, de pão, de tortillas, de tantas coisas. E as pessoas costumam comer na rua mesmo, muitas vezes em pé,  no calor, no tumulto. Eu e Claudio temos evitado comer na rua, com medo de passarmos mal, e terminar estragando a nossa viagem, mas acredito que sejam sabores mais autênticos.

Tem mais dicas do México pra vocês!! Lugares imperdíveis:

Hasta la vista!!!!

Aahh! uma observação: algum tempo depois que voltei do México, preparei um jantar mexicano em casa de minha irmã em Brasília e que foi um sucesso. Fiz um post sobre o jantar e publiquei algumas receitas, seguem os links…