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Gramado – Parte 1

Matriz de São Pedro, Cascata do Caracol e estátuas dos apóstolos em Gramado-RS

Matriz de São Pedro, Cascata do Caracol e estátuas dos apóstolos em Gramado-RS

Entre os dias 06 e 12/09, estive em Gramado com meu marido e meus sogros. A última vez que eu havia estado lá foi há uns 8 anos. A pequena cidade da Serra Gaúcha, com algo em torno de 35 mil habitantes, é cheia de charme. Principalmente no inverno, quando seus chocolates, fondues e vinhos ganham vida! aaaaaiiiii…. aproveitamos bastante! E eu trouxe dicas boas para quem ainda não esteve lá!!

A começar pelo nosso hotel, o Recanto da Serra. Super bem localizado, próximo ao centro (5 a 7 min a pé) e ao mesmo tempo, num local reservado, super tranquilo. E com um supermercado completo a 50m. Tem bastante área verde, piscinas (uma delas aquecida), uma pequena sala de ginástica, spa, um pub, e um grande salão de café da manhã, que por sinal, era muito bom. Meus sogros tiveram problemas no aquecimento da cabana onde eles ficaram, mas no “apto luxo” em que fiquei, só tenho elogios. Afora que os funcionários foram todos muito simpáticos, atenciosos e prestativos. Recomendo.

Hotel Recanto da Serra, próximo ao centro de Gramado

Hotel Recanto da Serra, próximo ao centro de Gramado

Em nosso primeiro dia na cidade, fomos rodar pelo centro, incluindo a rua Coberta, a Igreja de São Pedro e toda a Avenida Borges de Medeiros, a principal, repleta de lojas, restaurantes, chocolaterias, hoteis, etc. A Prawer é uma das fábricas de chocolate mais famosas de lá. A loja é sedutora, para quem é chocólatra. Como não sou, me limitei a comprar umas amêndoas cobertas de chocolate e cacau que estavam ma-ra-vi-lho-sas, tenho que confessar.

Loja de chocolates Prawer, observem os "salames" e "queijos" de chocolate

Loja de chocolates Prawer, observem os “salames” e “queijos” de chocolate

Cascata do Caracol, próxima a Canela.

Cascata do Caracol, próxima a Canela.

Neste dia, segui sugestão de uma amiga e fomos almoçar no excelente restaurante Bouquet Garni. Era um esquema de “menu confiance”, com entrada, prato principal e sobremesa. Tínhamos cinco opções de pratos principais: dois de filé mignon, dois de peixe e um de cordeiro . O ambiente é aconchegante, de frente para um lago, e o serviço do restaurante era ótimo. Super recomendo. Para uma descrição completa do nosso almoço (com fotos dos pratos e do Chef, rsrs) veja em outro post que escrevi aqui no blog em críticas gastronômicas.

Em nosso segundo dia de viagem fomos visitar a vizinha Canela (programa obrigatório!!) incluindo a Cascata do Caracol, uma belíssima cachoeira, localizada dentro do Parque Estadual do Caracol. Como eu estava acompanhada dos meus sogros, não fizemos a descida da escadaria que leva o visitante até bem próximo da cachoeira. Nos limitamos a olhá-la de cima. Subimos inclusive, em um mirante (pago por fora), que dá uma visão um pouco mais ampla do parque.

Há um teleférico também, que você tem que ir de carro, fica fora do Parque (seguindo a mesma estrada), que dá vista para a cachoeira também, mas de um outro ângulo, mais distante um pouco, que achamos não ter valido o custo x benefício.

Mas a maior descoberta que fiz é que além da belíssima cachoeira e de toda a natureza em volta, há um outro motivo para não deixar essa visita de fora de seu roteiro. Pertinho dali, na mesma estrada, há o “Castelinho Caracol“. Trata-se de uma casa pertencente à família Franzen. Foi uma das primeiras residências de Canela, construída entre 1913 e 1915, toda em madeira, com um sistema de encaixes que não utilizava pregos. A casa fica aberta para os visitantes, que podem ver alguns dos cômodos ainda bem conservados, com objetos da época e fotografias da família na parede. Na cozinha, o fogão é o original, centenário, lindo.

Castelinho Caracol, uma de suas salas bem conservadas e o centenário fogão...

Castelinho Caracol, uma de suas salas bem conservadas e o centenário fogão…

Este lugar guarda uma maravilha gastronômica imperdível: o apfelstrudel com nata. É um doce originário da Áustria, com massa folhada e maçãs. Ficou muito popular na Alemanha também e em toda a Europa. Na minha última viagem para o interior da Alemanha, no ano passado, comi muitos apfelstrudels, e juro, nenhum tão gostoso quanto este…

Apfelstrudel do Castelinho Caracol, imperdível

Apfelstrudel do Castelinho Caracol, imperdível

Outro passeio maravilhoso que fizemos, não perca o post, foi o da Maria Fumaça, em Bento Gonçalves!!

 

 

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Rüdesheim am Rhein e Mainz (Vale do Reno)

Beco Drosselgasse

Beco Drosselgasse

Quando meu marido me propôs viajarmos pelo Vale do rio Reno e do rio Mosel, na Alemanha, comprei a aventura na hora. Já imaginei o roteiro completo: além dos vales dos dois rios, iríamos até a Alsácia (França) e a Suíça, vizinhas da Alemanha. Saindo de Frankfurt e voltando para o mesmo ponto de onde partimos. Seria uma viagem circular. Escolhi cuidadosamente todas as cidades por onde passaríamos. E acho que fiz um roteiro perfeito. Já postei aqui diversos trechos dessa viagem, mas não contei ainda como e onde tudo começou.

Saímos do Rio no dia 23/04, feriado de São Jorge, direto para Frankfurt. Pegamos um carro previamente alugado no aeroporto e seguimos para o nosso primeiro destino: Rüdesheim. Nem tentem pronunciar o nome dessa cidade. Eu e meu marido tentamos, mas ninguém nos entendeu. Tivemos que mostrar no papel, o nome escrito… E olhem que meu marido morou na Alemanha! kkk.

Então, chegamos na Alemanha num horário ótimo, à tarde, ainda ensolarada. Fomos direto para nosso hotel, o Gasthaus Rose Rüdesheim. A dona não falava nada em inglês, mas era tão simpática, tão simpática que conseguimos travar um bom papo, com o pouco que meu marido arranhava em alemão – mais um monte de mímicas – antes de subirmos para o quarto.

Licores em loja de Rüdesheim

Licores em loja de Rüdesheim

Saímos para explorar a graciosa cidade. Ela fica na beira do Rio Reno e é Patrimônio da Humanidade. Por isto, é uma cidade bem turística, por suas construções históricas, museus e, claro, seus vinhos. Há também uma incrível produção de licores caseiros. Uma loja linda no centro histórico oferece uma imensa variedade de licores, em que você escolhe a sua garrafinha (há dezenas de modelos e tamanhos) e o sabor, no estilo “self service”.

O famoso “Beco Drosselgasse” é uma delícia, com belas casas medievais. Muitos restaurantes, todos bem típicos. Depois de andarmos bastante, escolhemos o “Breuer’s Rüdesheim Schloss“, indicado pelo Michelin e ao mesmo tempo, hotel e restaurante.

Sentamos no terraço externo, onde um homem tocava órgão e até acordeão (ouvir Sting nesse instrumento foi inédito!).

Terraço do

Vinho no terraço do Breuer’s Rüdesheim Schloss

Fomos de truta, eu e ele. A minha era defumada, com salada e raiz forte. A dele era frita, com molho de manteiga e amêndoas. O vinho foi um branco local, o GB Sauvage, Riesling, gelado, delicioso, com acidez acentuada e muito frescor.

Truta frita do Breuer's Rüdesheim Schloss

Truta frita do Breuer’s Rüdesheim Schloss

Truta defumada do Breuer's Rüdesheim Schloss

Truta defumada do Breuer’s Rüdesheim Schloss

No dia seguinte visitamos a bela cidade de Mainz, também no Reno (um pouco mais ao sul). A melhor atração foi sua feira livre, na Praça do Mercado. Aspargos e mais aspargos, de todos os tamanhos, nunca os tinha visto assim, frescos, enormes.  Descobri que era o auge da safra e já fiquei de água na boca. Voltamos à tarde para Rüdesheim, para pegarmos o teleférico que nos levou até o Niederwald, um belo monumento no alto de uma montanha de onde se tem belíssimas vistas da cidade e do Rio Reno. Imperdível.

Feira livre no centro de Mainz

Feira livre no centro de Mainz

Aspargos frescos na feira de Mainz

Aspargos frescos na feira de Mainz

À noite, partimos para mais uma experiência gastronômica, no restaurante “Winzerkeller“, uma casa linda, do século XVII, onde degustei, adivinhem… os arpargos! E pedi na forma mais simples possível, para que seu sabor não fosse mascarado: só no “beurre blanc” (molho à base de vinho branco e manteiga)… Cláudio pediu uma linguiça do tipo chouriço, feita com o sangue do porco, um prato bem leve, rsrs. Pra rebater, uma apfelstrudel inesquecível, porque foi uma das melhores que comi na Alemanha (a outra foi em Heidelberg).

Linguiça tipo chouriço

Linguiça tipo chouriço

Aspargos frescos

Aspargos frescos

Apfelstrudel no

Apfelstrudel no Winzerkeller

 

A partir do dia seguinte, partimos para conhecer um dos lugares mais lindos da Europa, o Vale do Reno e seus castelos… E depois dele, o Vale do Mosel…

 

Heidelberg e Ludwigsburg

Heidelberg - Alemanha

Heidelberg – Alemanha

Heidelberg é uma cidade cheia de encantos, esta. Uma das mais belas que conheci nesta viagem. Ficamos hospedados num pequeno apartamento, com um janelão ao lado da nossa cama, uma mini-cozinha toda equipada e banheiro bem espaçoso (Boarding House Heidelberg). O único porém é que por distração minha, aluguei um apartamento em que não havia wi-fi, a internet era a cabo… Mas pra compensar, a localização era boa, pois nem precisávamos pegar transporte para chegarmos ao centro da cidade. Quinze minutos de caminhada e já estávamos em plena Hauptstrasse, a principal rua de compras e badalações. Não é uma cidade sofisticada como Frankfurt, ela guarda um certo ar de cidadezinha de interior, até porque não deve ter mais que 150 mil habitantes. Caminhamos pelo centro e atravessamos a “Alte Brücke” (ponte erguida no final do séc 18) até a outra margem do rio Neckar, de onde tínhamos uma bela vista do Castelo de Heidelberg no alto da montanha. Aí não deu outra, o estômago começou a reclamar.

Voltamos para o centro, e nas cercanias da Catedral encontramos um pequeno restaurante, o “Café Knösel”, duas moças simpáticas serviam as mesas. Escolhemos o mesmo prato, medalhões de carne de porco fritos, com molho encorpado de champignons e acompanhado de “spätzle”, famosa massa caseira alemã, imperdível para quem visitar o país. A cerveja de trigo que tomei de entrada foi perfeita para refrescar e abrir ainda mais meu apetite (como se precisasse!).

Cerveja de trigo em Heidelberg

Porco ao molho de cogumelos com spätzle

De sobremesa, não resisti: “apfelstrudel”, pela qual me apaixonei desde a primeira garfada, lá no começo da viagem, em Rüdesheim (leia mais aqui). Esta sobremesa foi servida com sorvete de baunilha (de baunilha mesmo, a fava) e uma calda de hortelã, fugindo um pouco da tradicional com chantilly. Ficou perfeita!!!

Apfelstrudel com sorvete de baunilha

Apfelstrudel com sorvete de baunilha

Em Heidelberg, não se pode deixar de visitar seu castelo. Construído no período medieval, foi ampliado diversas vezes, entre os séculos XIII e XVII, às margens do rio Neckar. Ele tem uma longa história de destruições e reconstruções, sofreu incêndios e ataques com bombas. Hoje em dia possui uma mistura arquitetônica interessante e oferece ótimas vistas da cidade.

Ah, se você for visitá-la e quiser dicas úteis, dá uma olhada no post que um amigo escreveu em seu blog “O Marco da Viagem“.

Gravura antiga que ilustra o Castelo de Heidelberg

Gravura antiga que ilustra o Castelo de Heidelberg

Antes de chegarmos aqui, dormimos uma noite em Ludwigsburg, próxima a Stuttgart. A intenção era conhecermos o famoso Palácio de Ludwig (Eberhard Ludwig, 10º Duque de Wurttemberg, que reinou entre os séculos 17 e 18), cuja construção foi iniciada em 1704, inicialmente como uma base para caçadas, e depois foi sendo aumentado até que tornou-se um palácio super complexo e gigante. Ele tem um imenso jardim. Felizmente, este palácio não foi destruído durante a 2ª GM, como quase tudo na Alemanha…

Palácio de Ludwigsburg

Palácio de Ludwigsburg

Nesta cidade tivemos um almoço com sabor de comidinha do interior: cordeiro cozido com batatas, minha opção, e fígado de boi, do Cláudio. A dona do bistrô era uma senhora muito simpática, que falava muito pouco inglês, mas ficou surpresa quando descobriu que éramos brasileiros. Um senhor que estava na mesa ao lado, também ficou surpreso e disse que gostava muito do Brasil.

Cordeiro cozido com batatas

Cordeiro cozido com batatas

Fomos bem tratados em todos os lugares por onde andamos nesta viagem, na Alemanha, na França ou Suíça. Nem sempre encontrávamos quem falasse inglês, mas a maioria se esforçou à beça, rsrs. Em Ludwigsburg uma portuguesa foi nossa salvação no hotel que ficamos!