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Camboja – Siem Reap

As poucas vezes que ouvi falar no Camboja foram nos filmes sobre a Guerra do Vietnã, ou seja, eu não sabia quase nada sobre esse país. Mas havia lido que ao final da guerra (1975), deu-se início ao chamado Khmer Vermelho, um período de 4 anos em que o país foi governado pelo partido comunista da Kampuchea, tendo o Pol Pot como líder. Este regime promoveu um verdadeiro genocídio, assassinando perto de 2 milhões de cambojanos, nada mais nada menos que 25% da população da época, na maioria pessoas de classe média e com formação escolar. Eu achava o Camboja um país “remoto e inalcançável”, e nem poderia imaginar que seu povo fosse tão pacífico, simples e acolhedor, principalmente tendo sofrido as atrocidades que sofreram.

Detalhe em alto-relevo em Angkor Wat

Detalhe em alto-relevo em Angkor Wat

Mas o começo de minha viagem até lá não foi nada nada tranquilo!!! Se eu soubesse que teria que subir numa aeronave daquelas antiquíssimas (de hélice meu Deus!!) eu não teria ido de jeito nenhum! Mas quando vi já estava na pista para embarcar, meu marido e minha irmã não hesitaram, de forma que fui obrigada a subir naquela geringonça que eu pensei que nem existisse mais. E foi uma das piores experiências no ar que já tive em toda a minha vida. O bicho balançou muuuuuito, porque era pequeno, e as nuvens geravam uma turbulência que se multiplicava por 10 num avião como aquele, parecia que ia cair, fiquei desesperada, pensei nos meus filhos, na minha cachorrinha, ficariam todos órfãos, coitados… mas escapamos com vida e estou aqui pra contar a história  ;).

Avião da Camboja Airways... aff!!!

Avião da Cambodia Angkor Air… aff!!!

Dois Tuk-tuks nos aguardavam no aeroporto de Siem Reap, cidade que vive do turismo devido a proximidade com Angkor, cidade em ruínas que foi sede do Império Khmer (não confundam com o Khmer Vermelho). A nossa recepção no hotel Chronicle Angkor foi incrivelmente atenciosa (nota 9,5 no Booking.com). Um rapaz muito simpático nos explicou tudo sobre o hotel e as atrações da cidade. Serviu-nos salgadinhos e bebidas refrescantes…

Chronicle Angkor Hotel, em Siem Reap

Chronicle Angkor Hotel, em Siem Reap

Depois ele nos levou até nosso quarto para mostrar todos os detalhes, aliás, um quarto simplesmente lindo!! Decoração simples, despojada e de muito bom gosto. Cama deliciosa, banheira, chuveiro ótimo, tudo perfeito. Além disso ficava no térreo, próximo à piscina, que tinha hidromassagem. E o mais legal é que era um hotel pequeno e intimista, nada de grandes espaços. Pensado nos mínimos detalhes.

Nosso quarto no Chronicle Angkor Hotel em Siem Reap

Nosso quarto no Chronicle Angkor Hotel em Siem Reap

Trocamos de roupa e fomos explorar a cidade. Primeiro andamos até o Old Market, um labirinto de boxes onde de tudo se vende. Já fui comprando uns pacotes de pimenta do reino em grãos, pois eu havia lido que eram as melhores do mundo. Ainda tenho em casa no meu moedor e o cheiro que exalam quando moídas comprovam que não há nada igual. As pashminas de seda são baratíssimas e lindas. Compramos diversas…

Olk Market, em Siem Reap

Olk Market, em Siem Reap

E vimos sim, muitos insetos. Fritos, assados, sei lá, pra vender nas ruas, mas não deu pra encarar não… eu não tive coragem, confesso. Tirei fotos e só. Não vi ninguém comendo, hahaha. Mas perguntei em outra ocasião ao nosso guia turístico se eles comem mesmo esses bichos asquerosos, e ele disse que sim, mas que não devíamos comer nas ruas, pois ficam expostos por muito tempo, que não seria seguro e tal. Mas em casa eles costumam comer e se pudéssemos experimentar desses que são feitos em casa, aí sim seria uma boa experiência. A aranha caranguejeira, segundo ele, é uma verdadeira iguaria!

Insetos para turistas, em Siem Reap

Insetos fritos para turistas corajosos, nas ruas de Siem Reap

Rodamos mais um pouco, compramos mais algumas bugigangas. Dava pena ver o desespero nas meninas que faziam de tudo para convencer os turistas a comprarem algo. Muita dó. O povo é pobre de um modo geral. A gente vê pessoas muito simples nas ruas, mas não vê qualquer violência. Muito pelo contrário. Eles são muito humildes e atenciosos. Querem agradar o tempo todo.

Tomamos um tuk-tuk e fomos até o Haven, restaurante que eu havia lido ser muito bom. É um “training restaurant“, uma escola para jovens aprendizes. Fica numa linda casa, com mesas espalhadas pelo jardim (escolhemos uma delas, ao ar livre). A cozinha pode ser visitada, é tudo aberto. A comida é bem típica cambojana, e achamos tudo maravilhoso. Recomendo muitíssimo.

Haven Restaurant, em Siem Reap

Haven Restaurant, em Siem Reap

Eu e minha irmã pedimos um clássico cambojano, o “Khmer Amok“, feito com peixe local (“snakehead”, um tipo de peixe que lembra uma “cobra”), leite de coco,  pimenta (pouca). Delicioso. Claudio preferiu um frango com castanhas de caju, também muito bom.  A sobremesa era bem interessante, uns bolinhos feitos de arroz, cozidos no leite de coco. Quem olha o prato parece uma sopa branca. O sabor me lembrou a tapioca molhada que eu comia na casa de minha mãe quando criança.

Nosso jantar no Haven Restaurant

Nosso jantar no Haven Restaurant

No próximo post, você vai saber mais sobre o incrível Império Khmer. Ele floresceu entre os séculos IX e XV, foi uma das maiores civilizações da Idade Média e sua capital, Angkor, foi a maior do mundo por quase mil anos! Seus templos são magníficos, não percam!!

 

 

 

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