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Restaurante Banzeiro – Manaus

Está chegando ao fim o meu relato de viagem à Amazônia. Quem não leu, ainda está em tempo: Viagem à Amazônia -Parte 1 e Viagem à Amazônia – Parte 2.

Neste último dia, um domingo, 23/11, precisávamos apenas de um programa relax e um bom lugar para comer em Manaus. O namorado de minha sobrinha, que mora lá, nos sugeriu inicialmente um passeio pelo “Bosque da Ciência“, pertencente ao INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) um espaço grande, arborizado, dedicado a proteger a biodiversidade local. Para o turista é legal (principalmente para quem vai com crianças) porque pode observar de perto alguns animais presentes na região, como as ariranhas, os peixes-bois, cutias, tartarugas e jacarés.

Tartarugas e jacaré no Bosque da Ciência (INPA).

Tartarugas e jacarés no Bosque da Ciência (INPA)

Restaurante Banzeiro em Manaus

Restaurante Banzeiro em Manaus

Saímos de lá famintos, mas antes passamos na praia mais charmosa de Manaus, a da Ponta Negra. Vale a pena dar uma conferida, tem um grande anfiteatro, calçadão para passeio, e a praia é bem larga (se bem que o Rio estava com o nível bem baixo). Tomamos uma cerveja por ali e depois seguimos direto para o Banzeiro, que segundo nosso anfitrião, é  um dos melhores restaurantes de Manaus.

Estava bem lotado quando chegamos. Aguardamos uns 10min para sentarmos numa mesa. Pedi logo um vinho branco gelado e água para hidratar.

De cortesia, nos trouxeram um caldinho de peixe, muito bom. Pedimos também de entrada uns cubinhos de tapioca servidos com geléia de cupuaçu e pimenta-murupi (que segundo a wikipédia, é a mais forte do Brasil). Eu adorei!! Os quadradinhos eram macios por dentro e crocantes por fora. Vou tentar fazer em casa qualquer dia.

Dadinhos de tapioca com geléia de cupuaçu e pimenta-murupi

Dadinhos de tapioca com geléia de cupuaçu e pimenta-murupi

Caldinho de peixe e molho de pimenta Baniua

Caldinho de peixe e molho de pimenta “baniwa”

De principal, como eram dois casais, pedimos dois pratos (e foi bem difícil escolher, devido às diversas opções exóticas e interessantes): “Pirarucu Amazônico” (sugestão do Chef) – grelhado, coberto com banana frita e queijo coalho, acompanhado de arroz de brócolis e batatas; e o “Risoto de pato no tucupi”, aquele caldo extraído da mandioca brava que eu falei no post anterior. Ambos os pratos estavam sensacionais. Podem pedir sem medo de errar! Eles nos trouxeram à parte um molho de pimenta chamada “baniwa“, cultivada pelas mulheres baniwa das comunidades do rio Içana…

Pirarucu "Amazônico", grelhado, com bananas e queijo coalho, do Banzeiro

Pirarucu “Amazônico”, grelhado, com bananas e queijo coalho

Risoto de pato no tucupi do Banzeiro

Risoto de pato no tucupi

De sobremesa, foram duas: um petit gateau de cupuaçu com sorvete de tapioca, e um brownie de macaxeira com sorvete de coco. Também estavam muito boas, apesar de que eu poderia dispensar totalmente a calda de chocolate. A massa do brownie de macaxeira também levava chocolate (senão não seria “brownie”, rsrsrs), e apesar de gostoso, acho que matou o delicado sabor da macaxeira. Terminou que ficaram as duas, mais ou menos, com o mesmo sabor.

Petit gateau de cupuaçu

Petit gateau de cupuaçu

Brownie de macaxeira com sorvete de coco

Brownie de macaxeira com sorvete de coco

Café do Banzeiro

Café do Banzeiro

Por fim, meu marido, sempre, de cafezinho… Eu filei os bolinhos, que não sou boba, hehehe.

Outro restaurante muito bom que fui em Manaus foi o Tambaqui de Banda, confira clicando aqui!

Fiquei com vontade verdadeira de voltar à Amazônia, explorar outras partes do Rio Negro. Passar um tempo de bobeira, respirar novamente aquele ar puro, poder entrar em contato mais profundo com a natureza. Todo mundo precisa disso de vez em quando…

 

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Viagem à Amazônia – Parte 2

Chegamos em Novo Airão na quinta-feira, dia 20/11, cidade à beira do Rio Negro, a 180 km de Manaus, quase 22h da noite. Exaustos. Havíamos reservado um quarto na Pousada Tarântula. Achei que o nome era apenas uma homenagem às temíveis aranhas caranguejeiras, mas ao entrarmos em nosso quarto, demos de cara com uma exemplar da espécie na parede, acima da nossa cama!!! Quase vou embora, rsrsrs. Mas depois de chamar Sr. Moacir, o simpaticíssimo dono da pousada, para retirá-la de lá, e ter a garantia dele que não haveria mais nenhum perigo, que era só aquela, que deveria ter entrado por debaixo da porta, e depois de eu ter revisado cuidadosamente cada canto do quarto, resolvi ficar. E não me arrependi.

Minha varanda na Pousada Tarântula, em Novo Airão

Minha varanda na Pousada Tarântula, em Novo Airão

Combinamos com Reco, um barqueiro, às 9h do dia seguinte para um passeio até o segundo maior arquipélago fluvial do mundo, no Parque Nacional de Anavilhanas, com cerca de 400 ilhas, num trecho do Rio Negro. Tomamos um café reforçado na Pousada, com direito a ovos mexidos, pães, queijo, presunto, frutas diversas, cará roxo, banana frita, tapioca com queijo, suco, leite e café. Ele chegou na hora combinada, passamos primeiro num supermercado para comprar cerveja, refrigerante e castanhas de caju e pegamos a nossa “voadeira” (tipo de embarcação) rumo às Anavilhanas.

Voadeira do Reco, na qual fizemos o passeio até o arquipélago de Anavilhanas

Voadeira do Reco, na qual fizemos o passeio até o arquipélago de Anavilhanas

Nosso tour durou ao todo 3 horas, que passou muito rápido! O dia estava bonito, com sol (demos muita sorte!) e o passeio é lindo demais! As ilhas são muito arborizadas. As imagens do céu e das árvores refletidas na água é indescritível…

Duas das centenas de ilhas do Arquipélago de Anavilhanas

Duas das centenas de ilhas do Arquipélago de Anavilhanas

Fizemos uma parada estratégica na Praia do Sobrado, numa das ilhas. Tomamos um delicioso e morno banho no rio e exploramos um pouco a praia. O silêncio do lugar zumbia em nossos ouvidos. Maravilhosa a sensação.

Praia do Sobrado, numa das ilhas fluviais de Anavilhanas

Praia do Sobrado, numa das ilhas fluviais de Anavilhanas

Depois seguimos no barco, por entre as ilhas, para contemplarmos a natureza. Só o barulho do motor. Vimos alguns botos novamente. Uma arara vermelha num galho de árvore. Igarapés.

Paisagem num igarapé que exploramos no Rio Negro

Paisagem num igarapé que exploramos no Rio Negro

De volta a Novo Airão, almoçamos no restaurante Sabor do Sul que, segundo nosso guia era o melhor da cidade. Fica na rua principal. Sem ar condicionado… :/. Se fosse pleno verão, não iríamos suportar. Sentamos numa mesa de frente para o ventilador. Pedimos um Tucunaré frito, para duas pessoas. Veio uma porção farta de peixe, muito saboroso. Acompanhado de baião de dois (arroz com feijão fradinho) e um molho vinagrete, tradicional. Não pedi uma cerveja pra acompanhar porque iria esquentar em 10 segundos, rsrsrs. Ao solicitarmos o cardápio de sobremesas, a garçonete nos alertou que não trabalhavam com doces… :(.

Tucunaré frito com baião de dois e vinagrete no Sabor do Sul

Tucunaré frito com baião de dois e vinagrete no Sabor do Sul

O Reco (barqueiro e taxista tb) foi nos buscar no restaurante e nos levou para tomarmos um sorvete na praça principal da cidade (só deve ter esta mesmo…). Pedi uma bola de açaí e outra de cupuaçu, duas frutas típicas da região norte. Deliciosos. A sorveteria tinha ar condicionado para nosso alívio!

Sorvete de açaí e cupuaçu

Sorvete de açaí e cupuaçu

De volta à pousada, fomos curtir um pouco a piscina, rodeada de pés de mamão, abacaxi, maracujá, caju… Uma delícia.

Pousada Tarântula, Novo Airão, AM

Pousada Tarântula, Novo Airão, AM (Abaixo, à direita: flor de maracujá)

À noite, uma aventura completamente inusitada: fomos ver o Sr. Moacir alimentar algumas tarântulas, moradoras fixas das palmeiras que ficam dentro da pousada.

Tarântula se alimenta de um grilo oferecido pelo Sr. Moacir

Tarântula se alimenta de um grilo oferecido pelo Sr. Moacir

Percebi que só podiam ser de estimação, pois elas pareciam já estar esperando o jantar e ele vibrava sempre que elas conseguiam “abocanhar” os pobres dos gafanhotos vivos (e enormes!) que ele colocava delicadamente na frente da aranha. Elas os agarravam rapidamente, com suas garras injetavam seu veneno e em poucos segundos, talvez um minuto, já estavam paralisados e indefesos… Até conseguir comê-los, elas iriam demorar horas, ou dias, ele nos explicou.

As tarântulas atingem até 25cm de comprimento (as que vimos tinham por volta de 12 ou 15cm) e não são perigosas para os seres humanos, suas toxinas não nos fazem mal (apenas provocam dor). Muitas pessoas as possuem como animais de estimação. Vivem de forma solitária, até uns 25 anos. Comem pequenos animais e até pássaros, e muitas vezes, se comportam como canibais! Vivendo e aprendendo…

Pedimos uma pizza depois disso, conversamos muito com o casal anfitrião (Moacir e Auxiliadora, ou Dorinha), e fomos dormir. Claro que precisei tomar um calmante, pois não consegui pregar o olho depois de presenciar toda aquela selvageria!! rsrsrs.

No próximo post, contarei nossas experiências em dois bons restaurantes de Manaus.